Sinceramente, acho que o novo presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, não ficou contente com a derrota de 5 x 0 na Primeira Turma do STF, que afundou o projeto de lei para salvar o colega Alexandre Ramagem e toda a cúpula golpista. Continue lendo “Parabéns!”
Briga boa
É no mínimo curioso como o tal de mercado analisa as sandices que vêm da Casa Branca. Agora respira com certo alívio, ante o acordo de 90 dias com a China. O dólar recuou e a BV começa a avançar. Continue lendo “Briga boa”
O pacto da hipocrisia: crise de governabilidade à vista
Em 2025, o governo Lula conta, formalmente, com uma coalizão ampla: 16 partidos e cerca de 300 deputados federais. No papel, uma base robusta. Na prática, um castelo de areia. A sequência de derrotas no Congresso — ao menos oito no último mês — expôs o esgarçamento dessa aliança. Em vários casos, a infidelidade partiu justamente de partidos que ocupam ministérios. Continue lendo “O pacto da hipocrisia: crise de governabilidade à vista”
De ponta-cabeça
Nada nem ninguém boicota mais Lula e o seu governo do que o próprio presidente e os seus. Tudo parece combinado para dar errado. A ponto de, literalmente, virar o mundo de ponta-cabeça, como dizem os paulistas. Continue lendo “De ponta-cabeça”
Ave, Francisco
Um papa na medida de Francisco, que o nomeara cardeal há somente dois anos: latino-americano por parte de mãe, norte-americano por parte de pai mas anti-Trump, e admirador de Leão XIII e, por óbvio, sua “Rerum Novarum”, a encíclica que, em 1891, condenou o capitalismo, açoitou o socialismo, que ainda não existia enquanto poder de Estado, e defendeu a justiça social e a igualdade para o mundo. Continue lendo “Ave, Francisco”
Por que raios Lula insiste em bajular o ditador?
Por que raios será que Lula insiste em bajular o ditador sanguinário da Rússia – que além de tudo é tão de direita quanto Bolsonaro, um reacionário homofóbico, transfóbico, culturofóbico? Continue lendo “Por que raios Lula insiste em bajular o ditador?”
A centro-direita se reposiciona
A iniciativa mais significativa até agora para romper com a polarização entre bolsonaristas e petistas – que marcou as duas últimas eleições presidenciais – partiu do campo da centro-direita. Trata-se da criação da Federação União Progressista, que reúne uma expressiva base política: 109 deputados, 14 senadores, 1.330 prefeitos e seis governadores. Esse novo arranjo altera a correlação de forças no cenário nacional e já projeta sua atuação com foco em 2026, quando Jair Bolsonaro estará fora da corrida presidencial. Continue lendo “A centro-direita se reposiciona”
Velhos tempos
Muito estranha a “soltura” de um criminoso de colarinho branco — ex-senador, ex-presidente da República e ex-governador — quando mal começava o cumprimento da pena de 8 anos e 4 meses imposta pelo Supremo Tribunal Federal, após dois anos de embromações da defesa. Continue lendo “Velhos tempos”
Lula e Bolsonaro em seus labirintos
Dois temas palpitantes em curso no Congresso Nacional – anistia a golpistas e fraudes no INSS – têm mexido de maneira curiosa com os extremos da política, sendo tratados com polaridade invertida. Lula, que com razão repudia a ideia de anistia, topa apoiar um acordo para reduzir penas de condenados que desejavam derrubá-lo, enquanto o ex Jair Bolsonaro, que dizia só querer defender injustiçados do 8 de janeiro, rechaça a proposta que limita o perdão aos manifestantes. Já no caso do INSS, Lula comporta-se como o grande culpado e Bolsonaro põe fogo, embora os desvios tenham começado na sua gestão e uma eventual CPI possa estourar no seu colo. Continue lendo “Lula e Bolsonaro em seus labirintos”
Camisa de força
Acho que o Trump vai ganhar uma estátua em praça pública aqui no Rio Grande. Não sei onde, mas que vai, vai. E a homenagem deve se repetir em muitos estados, até mesmo fora do Brasil. É que ele acaba de fazer pela soja o que nenhum governo estadual ou nacional brasileiro conseguiu em décadas. Colocou toda a produção brasileira desse grão tão cobiçado nas mãos endinheiradas da China. Continue lendo “Camisa de força”
Lupi já era
Quanto mais chegam à luz do dia dados sobre o escândalo dos descontos não autorizados por aposentados do INSS, mais se complica a situação do ministro da Previdência, Carlos Lupi. E quanto mais abre a boca para justificar sua incompetência e omissão, mais se torna evidente que já passou da hora de Lula demiti-lo. Se não o fez até agora foi por injunção política, por temer a chantagem do PDT de sair da base do governo caso sua principal liderança deixe de ser ministro. Continue lendo “Lupi já era”
Boas novas
Mesmo contabilizando uma meia dúzia de jovens performáticos que alcançaram o Parlamento via diatribes nas redes sociais, o Brasil é um país de lideranças envelhecidas. Tanto o presidente Lula, única opção da esquerda há mais de 35 anos, quanto o inelegível Jair Bolsonaro traduzem ideias e práticas do arco da velha, repetidas até pelos ditos novatos no campo à direita, incapazes de dar respostas às demandas mais comezinhas dos cidadãos. As boas novas – e alguma esperança – vêm do Pernambuco, onde o centro reina. Continue lendo “Boas novas”
Trump destrói em 100 dias obra de 100 anos
À medida que o governo Trump inunda a zona do euro com sucessivas mudanças radicais, suas tarifas têm recebido mais atenção. Mas a política que pode acabar custando ainda mais aos EUA a longo prazo é o ataque da Casa Branca às universidades e à pesquisa em geral. Continue lendo “Trump destrói em 100 dias obra de 100 anos”
O fim melancólico do PSDB
O PSDB vive a sina de Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto: caminha para um triste fim. Partido que por seis disputas presidenciais foi um dos polos da política nacional, hoje é apenas uma sombra do que foi nos tempos em que, no governo, modernizou o Estado, avançou na área social, promoveu reformas estruturantes e estabilizou a economia com o Plano Real. Agora, precisa de uma fusão – possivelmente com o Podemos – para cumprir a cláusula de barreira na eleição de 2026. Só assim para continuar existindo no Parlamento. Continue lendo “O fim melancólico do PSDB”
Insano e calhorda
Criado há 30 anos em total desobediência à lógica, o pequeno município piauiense de João Campos retrata as mazelas de um Brasil disfuncional, ocupado por políticos que condenam o país ao subdesenvolvimento. Para atender a seus 2.970 habitantes, a cidade instalou 12 secretarias municipais em torno da Prefeitura e um Legislativo com 11 vereadores. Vive de transferências da União e é, proporcionalmente, a campeã na destinação de emendas parlamentares na modalidade Pix ou secreta. Nada menos de R$ 11.6 milhões foram enviados para lá pelo generoso Congresso, o que significa R$ 3,9 mil por habitante, mais do que o dobro do salário médio dos 417 trabalhadores locais. Continue lendo “Insano e calhorda”