Lupi já era

Quanto mais chegam à luz do dia dados sobre o escândalo dos descontos não autorizados por aposentados do INSS, mais se complica a situação do ministro da Previdência, Carlos Lupi. E quanto mais abre a boca para justificar sua incompetência e omissão, mais se torna evidente que já passou da hora de Lula demiti-lo. Se não o fez até agora foi por injunção política, por temer a chantagem do PDT de sair da base do governo caso sua principal liderança deixe de ser ministro. Continue lendo “Lupi já era”

Boas novas

Mesmo contabilizando uma meia dúzia de jovens performáticos que alcançaram o Parlamento via diatribes nas redes sociais, o Brasil é um país de lideranças envelhecidas. Tanto o presidente Lula, única opção da esquerda há mais de 35 anos, quanto o inelegível Jair Bolsonaro traduzem ideias e práticas do arco da velha, repetidas até pelos ditos novatos no campo à direita, incapazes de dar respostas às demandas mais comezinhas dos cidadãos. As boas novas – e alguma esperança – vêm do Pernambuco, onde o centro reina. Continue lendo “Boas novas”

Trump destrói em 100 dias obra de 100 anos

À medida que o governo Trump inunda a zona do euro com sucessivas mudanças radicais, suas tarifas têm recebido mais atenção. Mas a política que pode acabar custando ainda mais aos EUA a longo prazo é o ataque da Casa Branca às universidades e à pesquisa em geral. Continue lendo “Trump destrói em 100 dias obra de 100 anos”

O fim melancólico do PSDB

O PSDB vive a sina de Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto: caminha para um triste fim. Partido que por seis disputas presidenciais foi um dos polos da política nacional, hoje é apenas uma sombra do que foi nos tempos em que, no governo, modernizou o Estado, avançou na área social, promoveu reformas estruturantes e estabilizou a economia com o Plano Real.  Agora, precisa de uma fusão – possivelmente com o Podemos – para cumprir a cláusula de barreira na eleição de 2026.  Só assim para continuar existindo no Parlamento. Continue lendo “O fim melancólico do PSDB”

Insano e calhorda

Criado há 30 anos em total desobediência à lógica, o pequeno município piauiense de João Campos retrata as mazelas de um Brasil disfuncional, ocupado por políticos que condenam o país ao subdesenvolvimento. Para atender a seus 2.970 habitantes, a cidade instalou 12 secretarias municipais em torno da Prefeitura e um Legislativo com 11 vereadores. Vive de transferências da União e é, proporcionalmente, a campeã na destinação de emendas parlamentares na modalidade Pix ou secreta. Nada menos de R$ 11.6 milhões foram enviados para lá pelo generoso Congresso, o que significa R$ 3,9 mil por habitante, mais do que o dobro do salário médio dos 417 trabalhadores locais. Continue lendo “Insano e calhorda”

Trump e Netanyahu trabalham juntos contra a democracia, pelas trevas

Houve uma época em que um encontro entre o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro de Israel só trazia orgulho aos judeus israelenses e americanos, que viam dois líderes democráticos trabalhando juntos. Bem, sei que não estou sozinho quando digo que orgulho não é a emoção que me invadiu ao ver a foto de Donald Trump e Binyamin Netanyahu, bem próximos, se reunindo no Salão Oval na segunda feira. As emoções foram de repulsa e depressão. Continue lendo “Trump e Netanyahu trabalham juntos contra a democracia, pelas trevas”

Trumpismo, a negação do reaganismo

Em 6 de agosto de 1983, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, fez um pronunciamento radiofônico à nação sobre comércio internacional que permanece atual e revelador. Suas palavras servem como um alerta sobre os riscos do protecionismo comercial que voltou à cena com força sob a liderança de Donald Trump, cuja agenda tarifária ameaça desestabilizar a economia global e corroer a hegemonia americana. Continue lendo “Trumpismo, a negação do reaganismo”

Míssil chinês

Para quem mandou invadir o Capitólio e, com isso, melar a posse de seu adversário na presidência do país, melar o comércio internacional é o de menos. Só que se, por mais incrível que pareça, o primeiro ato não teve nenhuma consequência judicial para ele, o segundo levantou contra si um enxame de abelhas furiosas que estavam perdendo, de imediato, fortunas bilionárias nas Bolsas de Valores e no mercado de títulos da dívida dos EUA.  Continue lendo “Míssil chinês”

Marcha a ré

A queda abrupta dos treasuries americanos na semana passada — última linha de defesa dos Estados Unidos contra crises econômicas e financeiras — fez o que o Judiciário, o FBI e a oposição democrata não tinham conseguido até então para demover o Agente Laranja do seu intento de acabar com a América first, o capitalismo second e o bom senso em terceiro, nas relações comerciais com o mundo.  Continue lendo “Marcha a ré”

Eles só pensam naquilo

O dono do PSD, Gilberto Kassab, secretário de Governo de São Paulo, deve ter comemorado os números do Datafolha sobre o seu chefe Tarcísio de Freitas (Republicanos). A pesquisa reforça o que o espertíssimo auxiliar diz há mais de ano: o melhor para o Tarcísio é não trocar o certo pelo duvidoso. Apontado como o melhor nome para preencher o espaço do inelegível Jair Bolsonaro na disputa presidencial, Tarcísio seria derrotado por Lula na corrida pelo Planalto, mas reeleito ao governo paulista com folga se a eleição fosse hoje. Continue lendo “Eles só pensam naquilo”

Sonhos

Estava relendo alguns estudos antigos e encontrei um que pode contribuir para melhorar a zorra feita no mundo pelo agente laranja e seu tarifaço.  Continue lendo “Sonhos”

Anjos e demônios

Não é que a China seja uma santinha, como também não são o Japão, o resto da Ásia, a Europa, a Oceania, a África, a América Latina etc. Ninguém é santo no mundo, nem mesmo o Vaticano. Os EUA não são nem nunca foram. Mas a questão está longe de ser religiosa ou de justiça, como acha mister Trump. A questão é a “economia, estúpido” — como diria um estrategista de campanha de um presidente norte-americano tanto tempo atrás que já me esqueci quem foi. Continue lendo “Anjos e demônios”

Anistia não é a agenda do país

Grandes jornadas, como a luta pela anistia nos tempos da ditadura militar, as Diretas Já, o “Fora Collor” e o impeachment de Dilma Roussef, se afirmaram porque, além de encher as ruas, conquistaram os corações e mentes dos brasileiros. Em outras palavras, galvanizaram a opinião pública e se tornaram uma causa nacional como parte importante de sua agenda política. Esses requisitos não estão presentes na atual campanha pela anistia aos presos por participar da intentona bolsonarista do 8 de janeiro de 2023 e que resultou numa chocante depredação do patrimônio público. Continue lendo “Anistia não é a agenda do país”

O gado e a mula

O gado que foi para a frente do Masp no domingo, em São Paulo, capitaneado pelo Malafaia e o Inominável inelegível, cometeu um erro infantil: em vez de adular o presidente da Câmara, Hugo Motta — de quem dependem para levar adiante o projeto de impunidade aos golpistas de 8/1 —, desceu o cacete nele.  Continue lendo “O gado e a mula”