Água fria

Bem que o Gilmar avisou, mas o Alcolumbre não deu bola. O ministro do STF cantou há algum tempo a pedrinha de que antes do fim do ano ia decidir duas ADPFs que questionavam se a lei do impeachment de 1950 estava valendo, apesar de não estar alinhada com a Constituição de 1988.   Continue lendo “Água fria”

Quem diria

Micheque, quem diria, detonou a aliança que o marido e os enteados tricotavam com o arqui-inimigo Ciro Gomes para o governo do Ceará no ano que vem. Acionou os manetes do detonador alegando princípios éticos e morais — vejam só!  Continue lendo “Quem diria”

Governabilidade por um fio

Lula deveria refletir sobre os presidentes que entraram em rota de colisão com o Legislativo. A história é clara: governos em minoria que apostaram no confronto se deram mal. Jango em 1964 e os impeachments de Collor e Dilma ilustram como a governabilidade se desmancha quando o Executivo perde capacidade de negociação. Em democracias, correlação de forças se altera por entendimento. Quem esquece isso paga caro. Continue lendo “Governabilidade por um fio”

Esculhambação geral

Foragido desde setembro, dias antes de sua condenação a 16 anos e um mês pela trama golpista, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) protagonizou uma fuga espetacular, provavelmente terrestre, pela Guiana, e de lá para Miami. Seus passaportes, tanto o comum quanto o diplomático, já estavam cancelados, mas ele não esbarrou em dificuldades para sair do Brasil, tampouco para entrar nos Estados Unidos. Tirou licença-saúde válida até 12 de dezembro, continua recebendo seu salário régio e ainda cobrou ressarcimento de gastos com gasolina. Nada que provoque espanto à esculhambação geral endossada e até estimulada pela Câmara dos Deputados, permissiva ao extremo com os seus fora da lei de estimação.

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Marmitas

Uma marmita especial tem licença especial. No caso, a permissão é do Xandão — que eles chamam de cruel — e visa passar pela porta da sede da Polícia Federal em Brasília a comidinha caseira do mais novo hóspede da instituição. 

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Papudinha

E afinal foi só um para a Papuda. E civil. E assim mesmo nem é a Papuda, mas a Papudinha, assim chamado o quartel do batalhão da PM que guarda o complexo penitenciário de Brasília e também serve de prisão para policiais condenados.  Continue lendo “Papudinha”

Bolsonaro e o erro como método

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, a que expressa a profunda crise do bolsonarismo é a de Jair Bolsonaro admitindo, de maneira curta e grossa, que violou sua tornozeleira eletrônica: “meti ferro nisso aí”. A cena resume uma sucessão de erros de um líder que age por impulso, sem medir consequências. Paciência estratégica lhe falta, e por isso acumulou derrotas, dilapidando seu próprio capital político. Continue lendo “Bolsonaro e o erro como método”

Velório

Viram como Micheque chegou para ver o marido? De preto da cabeça aos pés e grandes óculos escuros cobrindo metade da bela faccia. Só faltou um véu de missa, aqueles curtinhos de renda preta, atrás dos quais as mocinhas se escondiam para não roubar a concentração dos mocinhos e mesmo outros de idade mais avançada, dentro da igreja, na cara do padre ou do pastor. 

Deu um sorrisinho maroto para os fotógrafos e entrou. 

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Mais uma lei não resolve

Impor penas mais rigorosas, classificar crimes como hediondos e ameaçar puni-los com o “rigor da lei” costumam ser saídas fáceis para questões que nem de longe políticos sabem ou querem solucionar. O projeto Antifacção, originário do governo, modificado pela oposição e aprovado por ampla maioria na Câmara – 370 votos a favor versus 110 contra – é mais uma prova disso. Nem um dos poucos consensos, a ampliação de penas para 30, 40 e até 66 anos de cadeia para líderes de facções, se sustenta em pé. O Brasil prende mal e, mesmo que quisesse, não teria como prender mais ou por mais tempo. Continue lendo “Mais uma lei não resolve”

O xilindró

Vi o vídeo do xilindró da Polícia Federal de Brasília onde o canalha dos canalhas está confinado em prisão preventiva desde a manhã deste sábado. Uma beleza. Pra quem nasceu e passou a juventude no Vale do Ribeira, um luxo. E para quem zombou de 700 mil pessoas mortas pela Covid no Brasil, simulando a asfixia delas no leito de morte, um palácio. Continue lendo “O xilindró”

Angu

Por que será que estão tão quietinhos os nobres deputados de PL, PP, União Brasil, Republicanos e outros partidos menores desse mesmo espectro político, ante o escândalo protagonizado pelo Banco Master, que de master só tinha a fachada na Faria Lima, e o estatal Banco Regional de Brasília, o BRB, bem menor que o tal Master, mas que assim mesmo estava prestes a comprá-lo com títulos podres? Continue lendo “Angu”

As urnas chilenas e a longa ressaca do estallido social

As urnas chilenas expressaram, na eleição deste domingo, o clima de ressaca política e institucional decorrente do estallido social de 2019 — a onda de protestos massivos que sacudiu o país, abalou o sistema político e inaugurou um período de volatilidade. Se em 2021 essa energia levou à eleição de Gabriel Boric, um jovem proveniente dos movimentos estudantis, agora produziu um segundo turno no qual o ultradireitista José Antonio Kast aparece como franco favorito. A soma dos votos da direita e centro-direita supera 70% dos votos válidos. Entender virada tão profunda exige considerar o efeito duradouro daquela explosão social. Continue lendo “As urnas chilenas e a longa ressaca do estallido social”

Pode não ser a Segurança

Segurança Pública dominará o debate e será decisiva nas eleições do ano que vem. Ou não. Pelo menos é o que indica a série histórica de pesquisas sobre as maiores preocupações dos brasileiros. Na última década, o primeiro lugar no ranking das aflições nacionais passou por corrupção, saúde, economia (inflação) e segurança, registrada em 2014 e novamente agora. Nada que não mude de uma hora para outra em um país com tantos males, no qual nenhuma das angústias populares foi solucionada. Continue lendo “Pode não ser a Segurança”

Barriga Verde!

Depois de Jair Renan ter se tornado um barriga verde só pra conseguir o cargo de vereador pela cidade de Balneário Camboriú, seu irmão Carlos Bolsonaro também passou a declarar todo o seu amor pelo Estado de Santa Catarina.

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