Brasil e Estados Unidos: dois séculos de aproximação e o risco de ruptura

As relações entre Brasil e Estados Unidos atravessaram mais de dois séculos, combinando afinidades ideológicas, interesses estratégicos, trocas econômicas e culturais — mas também períodos de distanciamento, desconfiança e, mais recentemente, choques abertos. Desde o século XIX, a convivência entre as duas maiores potências do continente oscilou entre o pragmatismo diplomático e o idealismo político, sem nunca romper de modo irreversível. A história, no entanto, mostra que essa durabilidade não é garantida: parcerias sólidas também se corroem quando faltam previsibilidade, reciprocidade e visão estratégica. Continue lendo “Brasil e Estados Unidos: dois séculos de aproximação e o risco de ruptura”

O delírio do conspirador

O Brasil é uma ditadura comandada pelo supremo juiz Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro é vítima de perseguição política e Donald Trump é um estadista. Sandices desse porte dominam as falas do bolsonarismo e tendem a se tornar ainda mais delirantes com a proximidade do julgamento do ex por tentativa de golpe, marcado para ter início no dia 2 de setembro. Até lá, o filho Eduardo, deputado federal que abandonou o mandato para conspirar contra o Brasil nos Estados Unidos, continuará embalado no desatino de que pressões podem fazer o Judiciário recuar no processo contra o seu papai. Parece não ver que cada tiro que dá fura mais os seus pés. Continue lendo “O delírio do conspirador”

Latidos

Eles tiraram o esparadrapo da boca. Que pena! Deram-me um sossego por alguns dias, parece que foram só três, mas valeu! Não falo só daqueles que humilharam o Mottinha. Falo também dos cachorros dos meus vizinhos, golpistas ou não!  Continue lendo “Latidos”

O Brasil em um mundo em transição

Ao longo do século XX os Estados Unidos foram o principal parceiro do Brasil, do ponto de vista comercial e geopolítico. Essa relação se acentuou após a II Guerra Mundial, da qual os EUA saíram como a principal potência econômica e militar do planeta. Nossas relações, apesar da assimetria de poder entre as duas nações, foi por décadas funcional: o Brasil buscava desenvolvimento econômico, segurança e inserção internacional; os EUA queriam estabilidade política e aliados firmes. Continue lendo “O Brasil em um mundo em transição”

Agora, a Índia

O Brasil não é mais o único país taxado com 50% pelo Napoleão de Hospício do Norte. Agora temos a companhia da Índia, com seu bilhão e meio de habitantes e muitas bombas atômicas em seu arsenal.  Continue lendo “Agora, a Índia”

Banditismo

O bando que tomou de assalto as mesas diretoras da Câmara Federal e do Senado vale-se da democracia e da representação popular para atacar as instituições que representam o Estado de Direito e impor ao país uma ditadura militar. 

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Trump e a transição geopolítica

Desde o fim da II Guerra Mundial, os Estados Unidos assumiram um papel sem paralelo na história contemporânea: o de arquitetos e garantidores de uma ordem internacional baseada em instituições multilaterais, economia de mercado, segurança coletiva e valores liberais. Não se tratava apenas de poder militar ou hegemonia econômica — embora ambos fossem expressivos. Tratava-se, sobretudo, da capacidade de oferecer ao mundo um projeto, uma promessa de estabilidade e progresso. Continue lendo “Trump e a transição geopolítica”

E o tigre miou

O que era um presidente poderoso estendendo suas patas sobre o mundo inteiro virou um gatinho mimoso diante do Brasil. Disse que ia taxar 50% de tudo e, sem que ninguém pedisse, só taxou pouco mais de um terço dos produtos de exportação do Brasil para os EUA. O equivalente a 43% do valor exportado para lá.  Continue lendo “E o tigre miou”

Entre o palanque e a diplomacia

À medida que se aproxima o prazo final para a entrada em vigor do tarifaço imposto por Donald Trump — 1º de agosto —, o governo brasileiro revela um descompasso interno que fragiliza sua atuação internacional. A crise provocada pelas medidas protecionistas dos EUA revelou uma divisão tática de papéis: o discurso de Lula mobiliza sua base, enquanto ações diplomáticas e gestos pragmáticos — compartilhados por Alckmin e outros atores institucionais — procuram preservar canais de negociação. Continue lendo “Entre o palanque e a diplomacia”

“Pensamento digitalizado”

Não é banal que alguém assuma, em juízo, a autoria de um crime. Muito menos planos para “neutralizar” os vencedores da eleição de 2022 e o magistrado tido como algoz do bolsonarismo. Interrogado na quinta-feira, o general da reserva Mário Fernandes admitiu que escreveu o plano para matar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro da Suprema Corte Alexandre Moraes, intitulado “Punhal Verde Amarelo”. Era “pensamento digitalizado”, minimizou, cravando mais uma pérola nos fartos anais do cinismo nacional. No mínimo, considerou a Justiça tola. Continue lendo ““Pensamento digitalizado””

Entre o necessário e o possível

Nesta semana foram publicadas duas portarias pelo MEC que, mais do que medidas administrativas, representam intenções políticas de fundo. A primeira institui o Programa Escola Nacional Nêgo Bispo de Saberes Tradicionais, voltado à valorização dos saberes afro-brasileiros, indígenas e populares. A segunda cria a nova Política Nacional de Educação do Campo, das Águas e das Florestas, ampliando e redesenhando o escopo do antigo Pronacampo. Continue lendo “Entre o necessário e o possível”

Descartes

O jornalista Josias de Souza, colunista do UOL, acertou na moleira do general golpista que, ontem, confessou ser o autor do plano Punhal Verde Amarelo, para matar Lula, Alckmin e Xandão antes da posse dos eleitos em 2022.  Continue lendo “Descartes”

As bolsonetes

As bolsonetes entraram no palco sem pedir licença ao Chacrinha. Tomaram na cabeça. O Chacrinha mandou fechar as portas de acesso ao palco e agora terão de rebolar em outra freguesia.  Continue lendo “As bolsonetes”

Com que roupa vai a direita?

Desde que foi tornado inelegível, Jair Bolsonaro passou a vagar como uma espécie de “rei nu” da política brasileira. Mantém ainda poder simbólico sobre parte do eleitorado — especialmente nas redes sociais — mas já não comanda, de fato, nenhuma articulação relevante nem define os rumos do campo conservador. O bolsonarismo sobrevive como cultura política — ressentida, antissistema, agressiva —, mas começa a se tornar, cada vez mais, uma cultura sem centro. Continue lendo “Com que roupa vai a direita?”

Zorra, meu!

 Meu amigo marciano desembarcou  hoje no Brasil. Não vou dizer onde para não ter correria. Só posso dizer que, antes de vir para cá, deu uma voltinha nos States.  Continue lendo “Zorra, meu!”