A história de Severino Theodoro de Mello bem poderia ser um thriller inspirado em um livro de John Le Carré. Quando ele completou 95 anos, em setembro de 2012, seus antigos companheiros do Partido Comunista Brasileiro organizaram um almoço em sua homenagem como o último participante vivo da insurreição comunista de 1935. Três anos após a homenagem, o jornalista Marcelo Godoy revelou no seu livro Casa da Vovó, vencedor do prêmio Jabuti, a face até então desconhecida de Mello. Continue lendo ““Cachorros”, o grande traidor”
O avalista de Maduro
Quando o ditador venezuelano Nicolás Maduro visitou o Brasil em maio de 2023, Lula recomendou a ele construir uma narrativa para mostrar que a Venezuela é uma democracia. Foi um espanto para todos os que acompanham e conhecem o regime do país vizinho. Continue lendo “O avalista de Maduro”
O fator Kamala Harris
É de autoria de Lenin a frase “há décadas em que não acontece nada e há semanas que décadas acontecem”. Os Estados Unidos vivem dias assim tal a sucessão de episódios políticos ocorridos nas últimas semanas. Continue lendo “O fator Kamala Harris”
Distopia americana
O atentado a Donald Trump na Pensilvânia recomenda assistir ao filme Guerra Civil, lançado no Brasil em abril e disponível no Prime Vídeo, para saber o risco que os Estados Unidos correm, diante da escalada da violência política e de divisão do país. Continue lendo “Distopia americana”
O caminho das pedras e as pedras no meio do caminho
A direita naufragou nos dois lados do canal da Mancha. No lado britânico, os trabalhistas venceram as eleições para o Parlamento com uma vitória esmagadora, enquanto o Partido Conservador sofreu a maior derrota de sua história e deixa o poder após 14 anos. Continue lendo “O caminho das pedras e as pedras no meio do caminho”
A democracia brasileira está viva
Há uma vasta literatura no Brasil apontando as mazelas de nossa democracia, reforçando a tese segundo a qual nosso modelo político é disfuncional. Alega-se, com certa dose de razão, que os partidos políticos são uma geléia ideológica e os políticos são oportunistas, quando não caem no lodaçal da corrupção. Continue lendo “A democracia brasileira está viva”
Real 30 anos: o Plano que derrotou a hiperinflação
Só quem hoje tem mais de 50 anos de idade guarda na memória os terríveis tempos em que a hiperinflação era um tormento na vida dos brasileiros. Para as novas gerações fica difícil imaginar como eram aqueles tempos, nos quais as pessoas travavam uma corrida diária e enlouquecedora contra a maquininha de remarcação de preços. Essa era a realidade do Brasil entre os anos 1979 e 1994, quando a inflação crescia, em média, 16% ao mês. Essa marcha da insensatez foi interrompida em 1º de julho de 1994, quando o Real passou a ser a moeda brasileira. Continue lendo “Real 30 anos: o Plano que derrotou a hiperinflação”
A encrenca é o governo
A ninguém minimamente responsável interessa o enfraquecimento de um ministro da Fazenda. Quando isso ocorre sempre gera instabilidade ou deságua em crises mais profundas. Nesse sentido, são bem-vindos os movimentos de blindagem do ministro Fernando Haddad, cuja imagem vinha se desgastando por uma série de fatores. Entre eles o fogo amigo do próprio governo e do PT, a devolução, pelo presidente do Senado, da Medida Provisória de restrição de créditos tributários do PIS e Confins, além da mudança, para pior, do humor do empresariado, por desconfiar do compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas. Continue lendo “A encrenca é o governo”
A história se repete
Inescapável comparar os anos 1930 descritos na série Hitler: começo, meio e fim, disponível no Netflix, com os dias atuais. Depois de quase cem anos da ascensão de Hitler ao poder, o mundo vive uma nova recessão democrática, impulsionada pelos mesmos elementos do passado: ultranacionalismo, xenofobia, racismo, intolerância, ódio e lideranças ultrapopulistas e salvacionistas. A Europa, berço do iluminismo, se vê sufocada pelo avanço da extrema direita, como aconteceu na eleição deste final de semana para o Parlamento Europeu. Continue lendo “A história se repete”
Governo puro-sangue
Na retórica, o governo Lula se define como de uma frente democrática, uma vez que na composição de seus ministérios participam partidos de centro-direita. Na prática, a teoria é outra e o terceiro mandato de Lula é mais petista do que o Lula I e o Lula II. Não só pela ocupação do Partido dos Trabalhadores nos ministérios mais estratégicos, como também nas políticas em diversas áreas. Continue lendo “Governo puro-sangue”
STF abusa de seu direito de errar
Não se desconhece a importância do Supremo Tribunal Federal no nosso ordenamento democrático, como guardião da Constituição. A existência de um Poder Judiciário forte e autônomo é basilar para o Estado Democrático de Direito. Continue lendo “STF abusa de seu direito de errar”
Instrumentalização da tragédia
Está previsto um retorno de Lula ao Rio Grande do Sul no decorrer desta semana. A se confirmar, será uma oportunidade para desfazer a impressão deixada na sua última visita de que está partidarizando a tragédia dos gaúchos. A suspeita não surgiu do nada. Na semana passada, o presidente transformou o ato de anúncios de medidas adotadas pelo seu governo, em um comício político. No calor do palanque, não deixou por menos ao dizer que pretende disputar mais dez eleições. Continue lendo “Instrumentalização da tragédia”
Genéricos – 25 anos de uma política pública de sucesso
Os preços dos remédios sempre foram um tormento, especialmente para os brasileiros de menor poder aquisitivo. Durante grande parte de nossa história recente, doenças de tratamento contínuo como hipertensão, diabetes e colesterol alto ceifavam vidas porque o custo das medicações eram proibitivos. Há 25 anos o Brasil quebrou esse paradigma, quando Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Saúde, José Serra, entenderam a urgência da democratização do acesso aos medicamentos e regulamentaram os genéricos. Continue lendo “Genéricos – 25 anos de uma política pública de sucesso”
A volta da normalidade
É visível o esforço da cadeia de comando para despolitizar as Forças Armadas e trazê-las para o leito natural de suas obrigações constitucionais. Nesse escopo enquadra-se a sinalização de que os militares não se opõem à reinstalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos no período da ditadura militar. Continue lendo “A volta da normalidade”
Redes sociais e liberdade de expressão
Até onde vai a liberdade de expressão nas redes sociais? E até onde elas ameaçam a soberania dos países? Continue lendo “Redes sociais e liberdade de expressão”