Loucura, Loucura, Loucura!

Não! Não tem nada a ver com o Luciano Huck, criador desse bordão.
Mas tem a ver com a loucura generalizada que corre solta por aí, em todos os meios.

A semana que sucedeu a passada, que já foi louca demais com direito a tio Paulo morto no banco tentando descolar  um empréstimo, veio recheada de insanidades difíceis até de acreditar que possam existir.
A loucura mais escandalosa certamente foi a da mulher que, junto com seu filho médico, invade uma casa e mata dois senhores, simplesmente porque um deles estava cobrando judicialmente uma dívida de aluguel dessa distinta senhora.
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Em vez de ficarem em casa curtindo o Domingão com Huck, Inês Gemilaki e Bruno Gemilaki da Poz resolveram pegar só o bordão do apresentador e saíram por aí pra matar uns idosos. Chegaram na casa onde oito pessoas participavam de um almoço atirando pra tudo quanto é lado. Mataram dois e um padre ficou ferido.
E pra sacramentar a loucura, mãe e filho foram filmados num bar comprando cerveja logo após o crime. (Ela devia estar mesmo na pior, financeiramente, senão teria comemorado com champanhe.)
Outra que pegou carona nas palavras do Huck foi uma senhora (sem nome nas matérias), mãe de uma aluna do Centro de Ensino Médio de Gama (DF). Ela surtou porque a professora corrigiu a redação da filha que afirmava que o ministro do Supremo Alexandre de Moraes tinha acabado com as leis no Brasil.
A tia do zap chegou subindo nas tamancas na escola e disse que não aceitava a “doutrinação” pregada pela mestra, que iria esfregar o celular na cara dela para mostrar “que as leis foram mudadas” e, por fim, que era amiga do deputado Nikolas Ferreira, vulgo Chupetinha (PL-MG), do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e do senador Kleitinho Azevedo (Republicanos-MG).
Bom, se ela não é louca, no mínimo é corajosa, porque pra dizer que é amiga desses três aí tem deve ter muita coragem e nenhuma vergonha de bancar a idiota nos noticiários.
Homofobia explícita pode ser considerado um tipo de loucura? Se for, esse caso acontecido no último dia 24, no interior de São Paulo, vai entrar pra lista de doidices da semana. Henrique Nascimento e Wagner Cardoso resolveram oficializar a união e pediram orçamento dos convites do casamento para a Junguerfeld Ateliê. Como resposta o noivo recebeu a seguinte mensagem: “Oi, Henrique, tudo bem? Perdão pela demora. Peço desculpas por isso, mas nós não fazemos convites homossexuais. Seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade ❤️ obrigada viu”
Se isso não puder entrar na lista de loucuras, pelo menos na lista de crimes vai entrar. O casal família acima de tudo certamente vai ter de explicar esse ato na justiça porque homofobia aqui é crime e eles podem pegar de um a três anos de prisão, além de serem multados. Não teria sido melhor imprimir os convites, babacas?
Queria passar batido pela política porque se for mencionar todas as loucuras que a gente fica sabendo não ia ter espaço, mas é que acabei de ler aqui que o presidente da Câmara Arthur Lira acionou a polícia legislativa contra o youtuber Felipe Neto, que o chamou de “excrementissimo”.
Fica registrada aqui a nota, embora não seja claramente um caso de loucura. Essa parece que está mais pra briga de foice no escuro.
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 26/4/2024. 

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