Certo dia de há muito tempo… A Prefeitura de São Paulo anunciou que a praça à frente da antiga Estação Rodoviária, a Júlio Prestes, seria remodelada. Naqueles dias, este que vos escreve cuidava da pauta de reportagens da editoria de Geral, cobrindo férias do titular. Eis o que concebeu.
Gepp e Maia, talentosos desenhistas e chargistas, chegaram à praça, sentaram-se no chão com a garotada das vizinhanças e foram ouvindo os pedidos. Balanços, brinquedos, que se somavam a bancos e quiosque, canteiros floridos, sugeridos por papais e mamães. A praça ideal (que não chegou a ser feita) mereceu uma página do Jornal da Tarde.
Outra memória é sobre como se construíra a majestosa estátua do Duque de Caxias na praça Princesa Isabel, não distante da antiga rodoviária. Sobre uma base de 48 metros de altura, instalou-se o duque em seu cavalo. Demorou 20 anos para ser erguida. No dia da inauguração (se a memória não falha, de reportagem feita em tempos mais próximos) foi servido dentro da base copioso banquete a autoridades e convidados especiais.
Ora, naquelas proximidades há uma rua especialmente atraente. A Santa Efigênia, com seu variado comércio de equipamentos de informática, de som, de escritório e outros tantos. Foi lá que, casualmente, o escriba encontrou o tema para outra reportagem. Um gramofone autêntico, com uma bela história contada por seu dono, que o colocava à venda.
De quebra aproveitou para comprar um gravador de som com dez centímetros de comprimento por três. Fácil de guardar no bolso da camisa, muito útil na época em que não havia celular.
Nos dias de hoje, recluso em casa desde que surgiu a covid, o idoso sente falta de rever aqueles lugares que lhe são tão caros. Almoçar com um amigo em um quilo. É só pegar o metrô… Só que não! Na Cracolândia não ponho os pés!
Esta crônica foi originalmente publicada no blog Vivendo e Escrevendo, em 26/8/2023.