Geopolíticamente, quem podeLá saiL foltaLecido dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?
Acho que todos já sabem qual das “mentes brilhantes” desse governo teve a coragem de publicar uma imbecilidade desse tamanho, provocando, de novo, um atrito com a China.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, que incorporou o espírito da coisa do pessoal lá de cima, achou muito engraçado imitar o Cebolinha da turma da Mônica. Assim, no último sábado (4/4), tascou esse texto no Twitter e ficou esperando pelos aplausos do chefe.
Provavelmente os recebeu, mas quem não gostou nadica de nada foi o embaixador da China, que soltou uma nota de repúdio e indignação à publicação.
Esse ministro não pode mesmo ver uma vergonha que logo quer passar. Mas o problema não é só a imagem de idiota que correu o mundo. As sequelas das negociações com a China já estão aparecendo, e os insumos necessários para enfrentar a pandemia de coronavírus não estão chegando. Segundo Mandetta, nenhum dos contratos de compra está sendo efetivado.
Além de Weintraub e Dudu Bananinha meterem os pés pelas mãos nas relações internacionais, ainda incentivam o povo — que agora deu de entender de Economia e de Saúde — a levantar hashtags contra o país asiático, para que o Brasil rompa relações com ele.
É plá li ó plá cholá?
Como romper com o maior parceiro comercial do Brasil e principal responsável pelo nosso superávit?
Ceis tão tudo é doido.
Outro sinal de que estão mugindo em pasto que não conhecem é o levante contra o nosso ministro da Saúde.
“Fora, Mandetta” é o coro que a boiada tem entoado nestes últimos dias, porque, como médico, ele tem sido cauteloso em relação ao uso da cloroquina, e continua esperando pelos resultados das pesquisas para determinar seu uso mais amplo.
Mas depois que Bolsonaro apareceu balançando uma caixinha de Reuquinol nas mãos, a turma se animou. Era tanto o entusiasmo do presidente, que só faltou levar o Tiririca junto pra cantar “Cloroquina, Cloroquina, Cloroquina de Jesus…”.
A pergunta é por que um leigo na área da Saúde insiste no uso de um remédio, até agora sem eficácia e segurança comprovadas?
Dizem as más línguas e as boas — deu no O Antagonista de 5/4 — que o presidente da empresa Apsen Farmacêutica, Renato Spallicci, um militante que trabalhou na campanha de Bolsonaro, estaria querendo colocar o seu Reuquinol acima de tudo. E que, em troca dessa propaganda gratuita, a Apsen doaria 10 milhões de comprimidos ao Ministério da Saúde.
Outro que entrou na roda dos desafetos do gado bolsonarista foi o médico infectologista David Uip. Ele está sendo “acusado” de não contar se tomou ou não a tal medicação durante o tratamento da Covid-19.
Não sei por que tanto alvoroço! Essa atitude é o mínimo que se pode esperar de uma pessoa responsável. Se ele fala que sim, que tomou, no dia seguinte está todo mundo levando cloroquina no bolso pra chupar que nem balinha.
Mais uma da semana que merece o prêmio “grama” ficou por conta do vereador Wellington de Oliveira do Mato Grosso do Sul.
Ele apresentou proposta na Câmara Municipal de Campo Grande para que se furasse o isolamento social com a abertura de salões de beleza, usando o seguinte argumento: “Não tem marido neste mundo que vai aguentar”.
Mas o festival de absurdos ainda não acabou. Tem um vídeo de um tal Marcão do Povo, apresentador do “Primeiro Impacto” do SBTonline, sugerindo ao presidente, que, com o auxílio do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, se montem locais afastados onde seriam isolados todos os doentes de Covid-19.
E se ele aceitar, que nome você sugere, Marcão? Auschwitznaro ou Treblinkorona?
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 10/4/2020.
Que tal Bolsoquina?