O vice Hamilton Mourão, querendo defender Eduardo Bolsonaro, foi engraçado, mas não foi verdadeiro. Como assim o Zero-Zero não representa o governo? Ele, além de ser filho do presidente da República, não é um parlamentar brasileiro, não é, segundo consta, o deputado mais votado do Brasil nas últimas eleições?
Não é, além disso, o eterno candidato a embaixador do Brasil junto ao governo Trump?
Não fez parte das viagens de Bolsonaro aos States, sempre ali sentadinho, calado e mudo, ao lado do pai e do presidente americano?
Pois é.
E como seu pai ele adora Donald Trump, é seu fervoroso admirador. Portanto, achou que devia imitar o “cenoura” que se refere ao coronavirus como “o vírus chinês”.
Mas como sua cultura é microscópica, esqueceu que quem pode, pode e quem não pode se sacode e saiu dizendo muitas bobagens, inclusive que a China é a culpada pela disseminação do vírus pelo mundo afora.
Acontece que os Estados Unidos dão-se muito bem com a China, são bons parceiros comerciais e econômicos, são duas superpotências que, unidas, controlam o mundo. Já o Brasil, tadinho, mal sabe onde fica a China…
Eduardo Bananinha, como seu querido pai, não é de muitas leituras. Mas talvez, com algum sacrifício, pudesse ler o excelente On China, do Dr. Henry Kissinger, e descobrir como pensa, respira e vive o gigante asiático.
São 560 páginas na edição da editora Objetiva cujo título é Sobre a China, na tradução de Cássio de Arantes Leite. Deixo aqui a sinopse oferecida pela editora para dar água na boca de nosso futuro embaixador Bananinha (quem sabe embaixador na China?):
“Em Sobre a China, Henry Kissinger escreve a respeito de um país que conhece intimamente e cujas relações modernas com o Ocidente ajudou a moldar. Lançando mão de relatos históricos e de suas conversas com diversos líderes chineses durante um período de quarenta anos, o autor examina como a China abordou a diplomacia, a estratégia e a negociação através de sua História, e busca refletir sobre as consequências do seu crescimento acelerado para a balança do poder no século XXI”.
Espero ter ajudado. E quem sabe assim colaborar para a cura de Eduardo Bolsonaro do terrível vírus mental amarelo?
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, na Veja, em 20/3/2020.