E se não houvesse jornalista para ouvir o capitão?

Bolsonaro passa os olhos pelo clipping  com notícias  de jornais e encontra uma que o desagrada especialmente. “Esses jornalistas são uns ***”, xinga, enquanto dá um soco na mesa. Aquilo fica entalado na garganta, tem que despejar o quanto antes nos jornalistas que o esperam à saída do Palácio.

Desta vez, no entanto, encontra ali apenas o pequeno grupo que costuma tietá-lo. Os jornalistas não estão! “Onde estão esses caras?”, pergunta a um assessor. “Vê se tem algum por aí, qualquer um… de preferência da Folha”.

Feita a busca, volta o assessor: “Ninguém”.  “Como ninguém? Eles não podem fazer isso comigo, preciso me aliviar, jogar pra cima deles ”. Bolsonaro está suando frio, começa a ter um espasmo e… acorda. Ufa, foi só um pesadelo.

A verdade é que ele não precisava de jornalistas para malhar como sacos de areia. Tire o jorn, sobra o analista . É isso. O divã pode ser um bom caminho para melhorar os excessos do presidente, isso se ele conseguir ficar deitado por mais de cinco minutos, e não começar a desancar o psicanalista.

Essa Freud não explica.

Janeiro de 2020

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