Semaninha cheia de bombas recheadas com creme feito à base de “política da nova era”, mas com o sabor igual ao da velha receita. Os mesmos ingredientes, o mesmo modo de fazer… Só mudaram os chefs. Vamos conferir!
Dia 11/03/2019 – Manchete de vários jornais: governo libera verba de R$ 1 bilhão para o Congresso, com o intuito de conseguir os votos necessários para a reforma da Previdência.
Dia 12/03/2019 – Presidente desmente que o motivo seja esse e diz que está só cumprindo um rito constitucional e obrigatório do Orçamento Impositivo.
E que cazzo é isso? Pesquisei e descobri que se trata de uma graninha extra, apelidada de “emenda”, que não entra no orçamento da União e serve para molhar a mão de alguns dos nossos “honestos” políticos. Aqueles mesmos que quando vão pedir votos se dizem bem intencionados e cheios de amor pra dar a esse Brasil varonil, quando na verdade agem como prostitutas, que só dão seu amor em troca de algum. (Desculpem, meninas, fui infeliz na comparação. Afinal nós não pagamos altos salários pra vocês e o que vocês vendem é só o corpo, não a moral.)
Dia 12/03/2019 – Jair Bolsonaro envia ao Congresso pedido para comprar carros novos pra ele, pro vice, pros seus familiares, amigos e pessoas caridosas e pra quem mais quiser andar de carrão. (Ao todo são 30 carros novos, 12 dos quais blindados até os dentes). Em 2018, os parlamentares retiraram da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) a autorização para compra de veículos oficiais para presidentes, por isso o pedido precisa ser aprovado pelo Congresso. E tem mais: se concordarem, vai ter carro pra todos os ex-presidentes, inclusive, pasmem, pro Lula!
Dia 11/03/2019 – O presidente parte pro ataque à imprensa usando a jornalista Constança Rezende do Estadão. Soltou uma fake news (não consigo ouvir essa expressão sem ver o biquinho do Trump), com falsas declarações da moça supostamente ouvidas em gravação por um blogueiro do site francês Mediapart. Aqui o texto foi traduzido no site bolsonarista Terça Livre, pela jornalista Fernanda de Salles Andrade, que, por coincidência, trabalha como assessora de um deputado do PSL. Deram a entender que Constança revelava a intenção de prejudicar Flávio, filho de Bolsonaro, e até mesmo de provocar o impeachment do presidente. Tudo mintchira! Até o Mediapart tomou as dores dela e saiu em sua defesa.
Dia 11/03/2019 – O presidente chamou de feiquinius a notícia dada pela Folha sobre a nomeação do coronel Didio Pereira de Campos para comandar a área de publicidade e promoção do governo. Mas, desavisado que é, não sabia que a nomeação já tinha sido publicada no Diário Oficial.
Este artigo foi originalmente publicado em O Boletim, em 15/3/2019.