A parceria de Renato Teixeira e Almir Sater anda devagar, nunca teve pressa.
Começou há mais de um quarto de século, em 1990, quando fizeram juntos aquela obra-prima que é “Tocando em frente” – melodia soberba envolvendo os versos preciosos, que Maria Bethânia gravou em seu disco 25 Anos:
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei.
Moram na mesma região, a Serra da Cantareira, um pedaço da maior metrópole brasileira que tem jeito de interior, cheiro de mato, os dois expoentes do que de melhor se faz na música caipira – um nascido em Santos e criado em Ubatuba e Taubaté, outro nascido e criado em Campo Grande. Seis anos atrás, voltaram a compor juntos. Levaram seis anos para reunir dez composições e lançar um disco.
Deram a ele o nome AR, assim, em maiúsculas, por serem as iniciais de seus prenomes. Renato pronuncia “ar”, como se fala no Sul de Minas e em boa parte do interior de São Paulo, com o r caipira – e ainda brinca, dizendo que no Rio de Janeiro se pronuncia “arrr”, com o r carregadíssimo.
(É uma brincadeira, uma piadinha bem intencionada – não um tiro a mais na eterna briga paulistas-cariocas. Renato ama o Rio de Janeiro. Dedicou à cidade maravilhosa uma bela canção, “A Primeira Vez que Fui ao Rio”, em 1979, e lá gravou ao vivo o disco 30 Anos de Romaria, em 1998.)
O disco AR saiu em janeiro deste ano de 2016; sem pressa alguma, marcaram para meados de maio o show de lançamento.
O show foi estupendo – assim como o disco.
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É um disco especial, excepcional, maravilhoso, arrebatador, daqueles que deixam o ouvinte mesmerizado desde a primeira audição. Quando o ouvi pela primeira vez, tive a mesma sensação de grande impacto que tive quando ouvi Caetano Veloso de 1967, o de “Tropicália”, Abbey Road dos Beatles, Graceland de Paul Simon.
(Renato é fã de Caetano desde sempre; no seu disco de 1984, o único para o Estúdio Eldorado, gravou uma homenagem a ele, “Caetano está na cidade”; e, numa entrevista que me deu na época do lançamento daquele álbum, confessou-se admirador de Paul Simon, de suas letras bem cuidadíssimas, elaboradas com o esmero de ourives cuidadoso. Renato, na verdade, é ourives cuidadoso com as letras que compõe da mesma maneira que Paul Simon. E Almir, violeiro exímio, virtuosístico, dos melhores que há neste país tão repleto de talentos musicais, é fã do rock dos anos 70 e do blues; cita Eric Clapton, John Mayall, Mark Knopfler, Jethro Tull.)
Depois de várias audições, depois do deslumbre inicial com o som denso, forte, vigoroso, pujante, o que mais impressiona em AR é a alegria. Almir Sater tem ar de garotão, mas já passou por muita estrada, está em 2016 com 60 anos, e Renato, com a barba e o cabelo branquinhos à la George Moustaki (como Mary notou), tem agora 71. Mas o som que fazem em AR – e também ao vivo – e a atitude positiva diante da vida são de jovens no auge da vitalidade, cheios de esperança.
Cada pessoa levando um destino
Cada destino levando um sonho
E sonhar…
É a arte da vida
Sonhar nas sombras de um jardim
Nas noites de lua que não tem fim
(“Espelho d’água”, de Almir e Renato.)
Serei sincero e calmo
Puro e sereno, eu juro
Serei leal e companheiro
Construiremos juntos,
Viajaremos sempre.
Eu lhe darei muitos presentes
Eu te prometo docemente
O meu amor,
Meu bem querer
(“Juro”, de Almir e Renato.)
Quando o amor não vem
Uma estrela cai
Mas quando ele vem
Outra estrela nascerá.
A gente se vê
Em algum lugar
Onde houver paixão
E um sonho pra sonhar.
Amor leva eu
Quero um beijo seu
Quero paz, quero mais
Quero amar
(“Amor leva eu”, de Almir, Renato e Eric Silver.)
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Eric Silver. Pois é. Esse gringo que participou de discos de Donna Summer, Cindy Lauper e Shania Twain tem importância imensa no álbum AR. Para começo de conversa, foi ele que “fez o disco acontecer”, segundo Almir contou para Julio Maria, do Estadão, ao dar um prazo para que os nada apressados cantores e compositores entregassem sua parte do trabalho.
Entregaram, enfim, após seis anos de muito papo. As vozes, os violões e violas foram gravados lá mesmo, na casa de Renato na Serra da Cantareira. O produtor Eric Silver levou tudo para Nashville, a meca da música country, e, com músicos de lá, incluiu guitarras, bateria, contrabaixo e teclados. Mike Rojas, por exemplo, toca piano e órgão Hammond B3. Wayne Killius ataca a bateria. E o próprio Eric Silver comparece com baixo, bandolim, violão e guitarra.
O acompanhamento vocal, por trás das vozes principais dos dois compositores, é feito por eles mesmos e também pelas americanas Tania Hancheroff e Vicky Hampton.
Quatro décadas depois de Sá, Rodrix e Guarabyra cantarem a junção do blues de Minas Gerais e o cateretê lá do Alabama, em “Hoje ainda é dia de rock”, e bem mais de meio século depois de Jackson do Pandeiro mandar o Tio Sam pegar no tamborim e querer ver o boogie-hoogie de pandeiro e violão, Renato Teixeira e Almir Sater criaram uma fantástica ponte entre o caipira e o country.
Como muito bem notou Julio Maria na crítica do disco no Estadão, o público culto brasileiro costuma demonizar o country americano. Assim como demoniza também seu primo tupiniquim, o sertanejo. Mas o country tem muita coisa de primeira qualidade, como, só para citar uns pouquíssimos nomes, Johnny Cash, a família Carter, Emmylou Harris, Chet Atkins, Willie Nelson. Não é à toa que monstros do rock e do pop como Bing Crosby, Ray Charles, Bob Dylan e Mark Knopfler, de novo para citar só alguns, fizeram discos dedicados à country music.
Aqui talvez seja necessário estabelecer alguns pontos. A música folk é a que tem canções tradicionais, de domínio público, muitas delas vindas da Inglaterra, Escócia e Irlanda – e as feitas com base nessa estrutura melódica por compositores como Woody Guthrie, Pete Seeger, Bob Dylan, e depois deles tantos outros. É basicamente acústica, e costuma contar pequenas histórias, como se fossem contos, abordar diversos, diferentes temas. A country music mistura um tanto de folk com elementos do pop e mesmo do rock, e é basicamente romântica, sobre amor, amor desfeito, amor refeito, amor partido, amor traído.
A grosso modo, daria para dizer que a música caipira está para o folk assim como a sertaneja está para o country.
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Em sua crítica do disco, Julio Maria escreveu no Estadão:
“Uma outra via existe e tem verdade. Ao fazer um disco como AR, depois de tudo o que já fizeram, Renato Teixeira e Almir Sater abrem um diálogo saudável com a música norte-americana do Sul dos Estados Unidos. Ouvimos o quanto ela se comunica com os violeiros brasileiros e como essa comunicação pode criar uma frente que não seja apenas a do sertanejo universitário e do sertanejo romântico.”
E depois: “O disco, em sua simplicidade poética e harmônica, é grandioso. (…) Renato e Almir, sem querer, fizeram um clássico.”
Em O Globo, Silvio Essinger escreveu:
“Um disco novo de Almir e Renato é uma dessas surpresas a se comemorar com fogos. (…) O repertório de AR é cheio daqueles prodígios tão delicados que são quase invisíveis. (…) AR é um disco de que não se precisa muito para gostar – apenas um par de ouvidos atentos e um coração batendo.”
O rapaz que atendeu Mary na Fnac da Paulista, quando ela perguntou pelo disco abriu um sorriso e sintetizou: “É um dos melhores discos dos últimos anos!”
A mim ocorreu que esse disco é um dos mais belos encontros da música popular brasileira.
Nisso, ele me faz lembrar Samambaia, o delicado e maravilhoso encontro do pianista César Camargo Mariano com o violonista Hélio Delmiro, de 1981.
(E aqui me lembro que César, então marido e arranjador de Elis Regina, também morava na Serra da Cantareira – e foi o arranjador e regente de Um Brasileiro Errante, de 1982, o último disco de Renato para a RCA. A vida é feita de coincidências.)
Mas então AR me faz lembrar Samambaia. E de Edu & Tom, por incrível coincidência também de 1981. E de Elis & Tom, de 1974.
Parece exagero? Pode parecer – só para quem ainda não ouviu AR.
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Em fevereiro, logo após o disco AR sair, Renato e Almir já tinham marcado o show de lançamento para daí a três meses, no sábado, dia 14 de maio, no Espaço das Américas, a excelente casa da Barra Funda com capacidade para cerca de 2 mil espectadores sentados diante de mesas. Para o show, os dois chamaram outro amigo, que também mora na Cantareira, já gravou disco com Renato e é da mesma área, o caipira, embora mais próximo do sertanejo – Sérgio Reis.
Encher uma casa com cerca de 2 mil lugares, a preços um tanto salgados, não é para qualquer um.
(Não consigo me lembrar o ano, mas houve uma vez, no início dos anos 80, em que fomos, Regina, as meninas Inês e Fernanda e eu, ver um show de Renato num circo montado perto do Anhembi, onde hoje fica o sambódromo de São Paulo. Era um sábado à noite. Além de nós quatro, havia no máximo umas outras dez pessoas.)
El tiempo passa, e Renato, Almir e Sérgio lotaram o Espaço das Américas no sábado, levando a produção a abrir mais um dia de espetáculo, o domingo, 15. Foi o show que Mary e eu vimos.
Uma beleza de espetáculo.
Eles prometem apresentá-lo a partir de agora por diversas cidades do país. “Primeiro a gente toca aqui para colocar o projeto em pé e fazê-lo decolar. E agora começa a carreira do projeto”, contou Renato a Marília Neves, do site Ego.
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Durou exatamente uma hora e meia – 20 músicas, 21 contando com o único bis. Distribuição de espaço absolutamente igualitário, com os três amigos cantando juntos na maior parte do tempo. Sete canções do novo disco AR – e, rodeando-as, alguns dos maiores sucessos de cada um dos três.
O show começou com a música mais conhecida de tantas belas canções que Renato já compôs na vida – “Romaria”, claro, que ele gravou em seu disco de 1978, o primeiro dos cinco excelentes álbuns para a RCA, e Elis Regina transformou em um dos hinos nacionais brasileiros no disco Elis de 1977, o primeiro após o sucesso estrondoso de Falso Brilhante (1976).
(Talvez pouca gente se lembre disso, mas Renato Teixeira toca violão e faz vocal na versão definitiva que Elis fez de “Romaria”. Ele aparecia então como parte do Grupo Água, que tinha Carlão, Sérgio Mineiro e Marcio Werneck, músicos que o acompanharam em várias das faixas dos seus álbuns na RCA.)
Enquanto quase 2 mil pessoas iam ao delírio na primeira música no imenso Espaço das Américas, fiquei pensando: mas que coragem fantástica abrir um show com a música principal, a maior marca registrada, o bis!
Em seguida, Almir comandou “Trem do Pantanal”, que eu não conhecia com ele, e sim pela versão – linda – de Diana Pequeno.
E Sérgio Reis veio depois com um de seus maiores sucessos, se não o maior, “Panela Velha”, para a alegria e excitação das coroas que lotavam o lugar – creio que não havia ninguém abaixo de 35 anos na platéia.
Renato ficou a maior parte do show à esquerda do palco, de pé. Sérgio Reis, no lado oposto, à direita, às vezes em pé, às vezes sentado num banquinho alto. Almir ficou no centro, sentado, alternando violas caipiras e violões.
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Leio agora na internet, na matéria de Marília Neves, que os três artistas só tiveram oportunidade de ensaiar juntos duas vezes antes da primeira apresentação, no sábado, 14. Isso é incrível, porque, no domingo, tudo funcionava perfeitamente, como se já tivessem ensaiado e feito diversas apresentações. Dá, no entanto, para entender. Não se conhecem de hoje – são velhos amigos.
Em boa parte das músicas, faziam o esquema de cada um cantar uma estrofe, e os três se unirem no refrão. Funcionou perfeitamente.
Sérgio Reis, saidinho, comunicativo, falante, dava uma de mestre de cerimônias – contava piadas, casos, fazia elogios a artistas presentes na platéia e a ídolos das músicas caipira e sertaneja, como Teddy Vieira. Numa piada que se repetiu várias vezes, exigiu que Almir Sater contasse o tipo de gado que cria em suas três fazendas no Mato Grosso do Sul. Em vão: o violeiro desconversava sempre.
As vozes de Renato Teixeira e Sérgio Reis já são vozes de senhores de uma certa idade. (Sérgio, paulistano da gema, nasceu em 1940, e este ano, portanto, faz 76.) A de Almir é firmíssima. Mas os três se saem muitíssimo bem – e o som que a banda que os acompanha faz é poderoso, é um somzaço que não deixa nada a dever ao do disco gravado mezzo aqui, mezzo em Nashville, Tennessee.
Estão com o trio um tecladista e arranjador, Crispim, um acordeonista, Marcelo, um baterista, Marcinho, um baixista, Axel, um gringo, e um trio de violonistas – Guilherme, de Campo Grande, Rodrigo Sater, irmão de Almir, e Chico Teixeira, o músico, cantor e compositor filho de Renato.
Fazem um somzão cheio, forte, robusto, redondo. Absoluto brilho.
Quando, depois de cantarem a maravilha que é “Tocando em Frente” – a música que dá nome ao show –, aqueles três senhores voltaram ao palco para o único bis, e, como nos grandes filmes, como nas grandes histórias, como os bookends que foram título de disco do ídolo de Renato, Paul Simon, como na canção de Gonzaguinha, foram de volta ao começo, e cantaram novamente “Romaria”, este pobre escriba, exatamente como quase duas outras mil pessoas de pé no espação, cantou que é caipira, Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida, e pediu que ela iluminasse a mina escura e funda, o trem da minha vida.
As outras centenas e centenas de pessoas, não sei, mas os olhos deste apaixonado por música e beleza aqui se encheram de água.
Eu estava passando um guardanapo no cantinho dos olhos quando Renato se despediu de nós com um belo grito de guerra:
– “Salve a música popular brasileira!”
17 e 18 de maio de 2016
A foto do alto é de Mary Zaidan, as outras duas são Divulgação, capa e encarte do disco.
Eis a set list do show:
1 – Romaria (Renato Teixeira)
2 – Trem do Pantanal (Paulo Simões-Geraldo Roca)
3 – Panela Velha (Moraezinho-Auri Silvestre)
4 – Chalana (Mario Zan-Arlindo Pinto)
5 – Frete (Renato Teixeira)
6 – D de Destino (Almir Sater-Renato Teixeira-Paulo Simões)
7 – Assim os dias passarão (Almir Sater-Paulo Simões-Renato Teixeira)
8 – Rei do Gado (Teddy Vieira)
9 – Peixe Frito (Almir Sater)
10 – Bicho feio ((Almir Sater-Renato Teixeira-Rodrigo Sater)
11 – Coração de Papel (Sérgio Reis)
12 – Amanheceu, peguei a viola (Renato Teixeira)
13 – Amora (Renato Teixeira)
14 – Menino da Porteira
15 – A Saudade é uma Estrada Longa (Almir Sater-Paulo Simões)
16 – A Flor que a Gente Assopra (Renato Teixeira)
17 – A Primeira Vez (Renato Teixeira)
18 – Amor, Leva Eu (Almir Sater-Eric Silver-Renato Teixeira)
19 – Um Violeiro Toca (Almir Sater-Renato Teixeira)
20 – Tocando em Frente (Almir Sater-Renato Teixeira)
21 – (o único bis) Romaria (Renato Teixeira)
Eu tinha visto a Mary tuitar que vocês tinham ido ao show, e logo pensei que ia ter texto. haha
Aliás, comprei esse CD dos dois por causa de um tuíte seu, e olha que não sou fã de sertanejo/country/folk, sei lá que nome dar a esse tipo de música (eu não sabia a diferença entre country e folk, aprendi agora). Mas esse sertanejo que os dois fazem eu consigo ouvir, porque os caras têm talento e sabem compôr melodias com mais de duas notas.
Gosto do Renato Teixeira desde a adolescência, acho que nasci velha, e devo ter ainda um CD dele daquela coleção “Acervo Especial”. Mas quando criança eu já conhecia pelo menos “Amanheceu, Peguei a Viola”, porque ela era tema de um programa que passava aos domingos de manhã. De “Romaria” me lembro desde sempre (minha mãe era fã do homi). Almir Sater conheci bem depois, e curto também, apesar de nunca ter parado pra ouvir um CD inteiro, mas gosto das músicas mais famosas, e do seu jeito simples e despojado de ser e de cantar. Toca muito. (E como assim, ele já está com 60 anos? O cara ‘tá inteirão).
Todo mês de maio sigo o “ritual” de postar uma música dele em parceria com Paulo Simões, que se chama “Mês de Maio”, que faz jus ao mês mais bonito do ano.
Bom saber que Sérgio Reis está na ativa novamente, e que se recuperou de uma enfermidade que o acometeu esses tempos. Vida longa aos vovôs do sertanejo!
Enfim, o disco é mesmo muito bom. Eu comprei para dar pra minha mãe, mas acho que vou ter que comprar outro. =D
P.S.: Me senti velha depois de ler que uma mulher acima de 35 anos já é considerada coroa. Aff. Vou deixar a preguiça de lado, e começar a usar creme facial sem falhar a partir de hoje.
Mês de Maio – Almir Sater:
https://www.youtube.com/watch?v=ZPuVsvhLeVw
Tocando em Frente – Almir Sater: essa versão é muito linda, e me fez chorar litros ano passado, antes de uma viagem que eu fiz. A historinha que ele conta no final, de como ela foi composta por ele e pelo Renato Teixeira é “Uau!”.
https://www.youtube.com/watch?v=SWtjTkixv5M
Ah, Juos querida…
Se mais não fosse, fazer estes sites já valeria por ter conhecido você, caríssima!
Um abraço apertado.
Sérgio
Há cultura sem ministério!
Sensacional!
A recíproca é verdadeira, Sérgio (nesse caso não tem bem como haver uma recíproca, mas você entendeu…). Obrigada pelo carinho.
Abraço grande!
[já tinha lido seu comentário, mas acho que não respondi na mesma hora por causa do adiantado das horas. e olha quanto tempo já se passou! ontem, fazendo uma busca aqui no site e lendo alguns textos atrasados, é que me dei conta disso, e de que não havia te respondido ainda. a frase “hoje o tempo voa, escorre pelas mãos”, nunca me pareceu tão atual quanto nesses anos 2000 e tal]