Moral. Prática em desuso na política, a palavra reinou no discurso da presidente Dilma Rousseff durante o 12º Congresso da CUT, que recebeu também o ex Lula e toda a sua beligerância contra quem não reza por sua cartilha. Pelo histórico de ambos e as demonstrações feitas a rodo na semana passada, nem um nem outro conhece o significado do verbete.
Dilma apontou o dedo para a oposição vociferando contra “moralistas sem moral”. Sem gaguejar – o que é raro em suas falas –, garantiu que nunca fez “da atividade política e da vida pública meios para obter vantagem pessoal de qualquer tipo”.
É mais uma adepta do conceito torto de moral difundido por Lula e o PT.
No código moral do petismo, tudo valia – mentir, barganhar, vender a alma e até roubar -, desde que em nome do projeto do partido, o único capaz de salvar os pobres e desassistidos das garras dos liberais, dos ricos. Hoje, essa é premissa superada. Vale tudo e muito mais.
A desfaçatez e a roubalheira grassam em todos os cantos. Cobram-se comissões e desvia-se dinheiro público para encher os bolsos. Engorda-se a conta bancária interna e externa de gente do PT e de aliados para continuar no poder, segurar cargos e privilégios e tentar blindar companheiros metidos em sucessivos escândalos. Lula, seus filhos e até uma nora são alguns dos protagonistas.
É fato que, diferentemente do que ocorre com gente até do primeiro escalão petista, não paira sobre Dilma a suspeita de que ela tenha surrupiado um único tostão. Mas o seu comportamento, o que fez e faz, tudo está longe da dignidade reclamada por ela, anos-luz de distância da moralidade.
No código que tomou de empréstimo do seu patrono, ela não considera imoral mentir deslavadamente para aniquilar adversários, como fez com Marina Silva. Nem ludibriar o eleitor vendendo o país cor-de-rosa e prometendo o impossível, como o trem-bala, a construção de seis mil creches ou 800 aeroportos regionais.
Não é imoral nem aética a barganha sórdida urdida em parceria com Lula para frear seu impedimento, entregando ministérios a quem não tem qualquer competência para conduzi-los; permutando fartos nacos do Estado pela garantia de seu mandato. Reveste-se de moral o ato de voltar atrás no compromisso de acabar com três mil cargos comissionados, agora necessários para que os aliados votem pela permanência da presidente rejeitada por mais 70% do país.
É também moralmente defensável negociar e proteger o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enrolado até o último fio do cabelo em milhões inexplicáveis e não declarados. Nesse caso, diga-se, boa parte da oposição comete imoralidade idêntica.
Não há qualquer indício de que Dilma tenha desviado recursos para a sua conta. Mas é difícil crer em sua inocência. Ainda que como cúmplice, estava lá com poder de mando, como ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho, quando se institucionalizou a bilionária ladroagem na Petrobras.
Era a candidata à reeleição quando mentiu sabendo que mentia. Foi desonesta, imoral.
Moral é um conjunto de princípios e virtudes que norteiam o comportamento. Não é blablablá para agradar plateias. Moral não inclui bravatas nem tergiversação. Muito menos permite leituras singulares como o petismo adora fazer e Dilma repete.
Moral da história: serão os brasileiros com moral que pagarão a conta dos sem-moral. Daqueles que se acham acima de qualquer moral, que protegem e compram imorais.
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 18/10/2015.
Moral da história, pelo lido quem votou na Dilma pode ser considerado imoral além de imbecil.
Não seja drástico, Miltinho. O cidadão típico brasileiro está sempre muito ocupado cuidando da sobrevivência. Tem mais o que fazer do que ficar checando se é verdade ou não o que ouve na propaganda política. É a vítima mais fácil da mentirosa e caríssima propaganda petista. Esse, votou em Lula e Dilma achando que estava fazendo o melhor por ele e pelo País. Outro grande contingente é formado pelos mais pobres, totalmente despolitizados,que ficam imensamente gratos a quem lhe der alguma migalha.Não têm como perceber que o Estado provedor, que dá o peixe, nunca obteve êxito na história da humanidade, mas é exemplo para inúmeros fracassos. Restam os militantes. Esses encaram tudo como se fosse uma partida de futebol. Um flamenguista nunca admitiria que foi pênalti a favor do Vasco, por mais óbvia que seja a falta. Esse também não é um caso de imbecilidade ou amoralidade. Durante longos anos o PT convenceu a militância de que todos os seus adversários são verdadeiros traidores da pátria, pois querem entregar a riqueza brasileira para os americanos, odeiam ver os pobres melhorando de vida e só querem ajudar os banqueiros. Convenceu-os de mentiras hilárias, como FHC ter chamado os aposentados de vagabundos, ter dado dinheiro público para banqueiros falidos através do PROER e ter vendido as estatais a preço de banana. O PT chegou ao ponto de acusar o FHC e o PSDB, que implantaram as cotas raciais e as bolsas de serem ferrenhos inimigos desses programas. Ora, claro que a única al
Continuando: Ora, claro que a única alternativa de um patriota era o PT e o seu monopólio da virtude. Além de todo esse trabalho prévio de demonização dos adversários, o PT encheu a cabeça da militância de mentiras como o pagamento da dívida externa e de um festival de enganações sobre o final do acordo com o FMI. E fez enorme carnaval sobre um pretenso paraíso a ser financiado pelo pré-sal. Por último, forjaram uma bolha de crescimento econômico baseado no crédito, e não na produção. Era um tal de carros vendidos a 60 ou 80 meses e eletrodomésticos em carnês intermináveis, que o pobre eleitor e o militante acharam que tinham ficado mais ricos de repente. Na verdade, não houve aumento da capacidade deles de gerar renda. Apenas ganharam um inesperado e fácil acesso ao crédito. E um bilhete de entrada na fila dos inadimplentes. Era impossível entrar em lojas sem receber ofertas de cartões a toda hora, sem contar com os telefonemas oferecendo empréstimos. Mas crédito não é renda. Esse truque irresponsável é capaz de provocar, a curto prazo, altos índices de crescimento e de satisfação popular, como ocorreu às vésperas da primeira eleição de Dilma. Como exigir dessas pessoas a previsão de que futuramente estariam endividados e sem crédito para novas compras, provocando a atual quebradeira nas cadeias de lojas de eletrodomésticos e em quase todo o comércio? Como exigir dessas pessoas a percepção de que o Brasil não tinha capacidade para produzir e atender tanta demanda criada artificialmente, sendo necessário importar quase tudo da China e criar empregos e renda lá? Como exigir de um empolgado militante perceber que o Brasil estava deixando de ser um país industrializado e voltando à condição de mero exportador de matérias primas, a caminho de se tornar uma colônia chinesa? Como exigir que o ocupado cidadão comum, o pobre agraciado com benefícios sociais pagos com cheque sem fundos ou o empolgado militante entendessem que estavam caindo em uma nova versão do truque da pirâmide? Não havia criação real de renda através do incremento da produção e da produtividade, mas apenas liberação irresponsável de crédito e gastos governamentais muito acima da arrecadação. Somente hoje, talvez, muitos vejam com clareza que o governo, em 12 anos, pouco se preocupou com a infraestrutura, a educação e a formação de mão de obra especializada, providências capazes de aumentar a produtividade, a renda e o consumo de forma verdadeira. Num país com imensa carência de mão de obra especializada, quem dera tivessem, nesses 12 anos, reservado um restinho de dinheiro para treinar parte do enorme contingente beneficiado por bolsas. É claro que os eleitores do PT, em sua imensa maioria, não são imbecis, mas sim vítimas de uma sofisticada trama visando a permanência do PT no poder a todo custo. Toda a direção petista sabia que o barco ia afundar logo após as eleições. Mas sabia também que aqueles que ousassem criticar os “milagrosos” Lula e Dilma, denunciando que o rei estava nu, corriam o risco de apedrejamento em praça pública pelos que foram levados a crer que, do dia para a noite, haviam alcançado a classe média. Apesar de não os considerar imbecis os eleitores do PT, vejo sempre com incredulidade e desânimo a ocorrência de inúmeras repetições do truque do populismo econômico, com o seu tradicional sucesso momentâneo e a sua mais do que previsível quebradeira no final da história.
Boa, Luiz Carlos!
Abração, e obrigado.
Sérgio
Boa LUIZ CARLOS.
Sinto-me menos imbecil, precisamos levar suas palavras aos que trabalham, analfabetos funcionais que votaram no PT e outro tanto que não votou em ninguém. Não sei se você concorda, ou continuo meio imbecilizado, não precisamos de uma reforma política? Seria o voto NÃO obrigatório um antidoto imbecilizante?
A propaganda petista não me pega mais.
Quem devemos votar em 2018?
Cuidado que o Lula vem aí.
Não esmoreça.
Em tempo, continuo a esquerda, nas tardes de domingo eu vou ao Maracanã, a torcida do Flamengo sempre se posiciona a ESQUERDA sempre, seja contra o Vasco ou no FLA X FLU.