Notório saber jurídico, ah, isso o doutor Luiz Edson Fachin tem. O bicho – ao contrário do chefão do partido que ele sempre apoiou – estudou muito.
É mestre e doutor em Direito pela PUC de São Paulo. Fez pós-doutorado no Canadá, atua como pesquisador convidado do Instituto Max Planck, da Alemanha. É professor visitante no King’s College, naquela horrorosa, nojenta monarquia capitalista.
Todo mundo fala bem dele. O senador Álvaro Dias, do PSDB, correu para dizer que o doutor Fachin é uma maravilha. O senador Roberto Requião, do PMDB, ex-governador do Paraná, o Estado em que o doutor Fachin se formou e labutou e labuta, diz que ele é o homem, o cara, o gênio.
Não interessa se o doutor Fachin é o melhor jurista que já houve no mundo. Ele pode ser o maior jurista que já pisou na face da terra – mas ele não pode ser ministro do Supremo Tribunal Federal, de forma alguma, porque ele é petista. Ele trabalhou para a CUT, o MST. Ele foi garoto-propaganda da candidata Dilma Rousseff em 2010,
Pode ser um águia de Haia, pode botar no chinelo todo e qualquer Ruy Barbosa – mas é partidário.
Um ministro da Suprema Corte não pode ser partidário.
Como estes são tempos ruins, horrorosos, sem qualquer tipo de respeito à ética, já temos na nossa Suprema Corte dois petistas de carteirinha: Ricardo Lewandowski, cuja atuação em defesa dos mensaleiros o país viu na TV, e Dias Toffoli, o neguinho que trabalhou a vida inteira para o PT e – embora tenha levado bomba duas vezes nas duas tentativas de virar juiz estadual, com saber jurídico equivalente ao de uma banana, vai julgar agora o petrolão. Incapacitado, mas com poder de raposa sobre as galinhas.
Indicar um sujeito que fez campanha para Dilma na TV para a vaga deixada por Joaquim Barbosa, no momento em que milhões de brasileiros vão às ruas clamando contra a corrupção e pedindo fora Dilma, ah, isso é um acinte. Uma provocação.
O governo está nos chamando, a nós todos, brasileiros, de imbecis.
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Outro lado.
Tenho um irmão que mora há várias décadas em Curitiba. É um excelente advogado, respeitado, admirado. Minha cunhada é juíza do Tribunal Regional do Trabalho, de Curitiba. (Os juízes dos TRTs agora são também chamados de desembargadores. Minha cunhada, pessoa de caráter retíssimo, ao contrário da maioria dos colegas, não aprova essa bobagem.)
Pois bem. Perguntei aos dois sobre Luiz Edson Fachin, já que são da mesma área e da mesma cidade.
Só ouvi elogios – nem um único senão, um único questionamento. Eis algumas expressões que usaram:
Ótima pessoa. elegante, educado, gentil, sereno. Se é ou foi PT, nunca foi xíita, nem de longe. Equilibrado. Uma cabeça imensa como jurista. Pessoa discreta, muito elegante, ponderadíssimo, conhecimento amplo, sensível, ligado à questões sociais, jamais um radical ou pessoa que mereça críticas quanto ao comportamento.
O mesmo lado: apesar de ter ouvido todos esses elogios, mantenho as mesmas críticas que fiz aqui. Por melhor jurista que seja, é partidário, fez campanha para Dilma, tem ligações com CUT, MST, PT. Não poderia jamais ser indicado para o STF.
15 e 16 de abril de 2015
CARO SERGIO
NÃO SOU PT , NÃO VOTO NO PT POR PRICIPIO , PO
REM NÃO ACREDITO QUE UM CIDADÃO PARA SER MI-
NISTRO DO STF NÃO POSSA TER FILIAÇÃO PARTIDA-
RIA. LEMBRE DO PASSADO. BROSSAR, ADAUTO CARDO
SO,BILAC PINTO ENTRE OUTROS.O QUE VALE É O CARATER. NÃO CONHEÇO O INDICADO.NUNCA OUVIR FALAR NELE, MAS ACHO SER ARGUMENTO PRECONCEI-
UOSO.TE ADMIRO E SOU LEITOR ASIDUO DOS 50 ANOS MAIS ACHO QUE NEM TODO PETISTA É IGUAL
A LULA E CONPANHIA.
ATENCIOSAMENTE
Seria mesmo preciso chamar?
A milícia tucana se basta!
A população que saiu às ruas contra o governo federal é, majoritariamente, eleitora do PSDB, com baixa educação política a despeito da alta escolaridade, influenciada por jornalistas comprometidos com a agenda da oposição e propensa a acreditar em bobagens que proliferam nas redes sociais
Prezado João,
Respeito, naturalmente, a sua opinião, mas discordo dela. Acho que neste momento em que o país está cindido, dividido ao meio, após 12 anos de o PT martelar a divisão de nós x eles, neste momento em que milhões de brasileiros vão às ruas protestar contra a corrupção e contra o atual governo, nomear para o STF – que está para julgar o petrolão – um homem que defendeu publicamente a candidata do PT é um ultraje. Um acinte.
Independentemente de todas as qualidades que Fachin tenha como jurista.
Um abraço.
Sérgio