Não há dinheiro desviado, partido algum recebeu um centavo sequer dos contratos da Petrobrás, muito menos o PT. Tudo não passa de ação eleitoreira, da qual o ex Lula está de “saco cheio” e Dilma classifica como “golpe”.
A ordem unida no petismo é bater e rebater esse discurso, acrescido de duras críticas à mídia, responsável pelo “vazamento” das denúncias. Sobre a gravidade delas, nenhum pio.
Diante dos previsíveis danos dos depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef à campanha da reeleição, o PT e a candidata Dilma Rousseff não tinham saída: usar e abusar da inversão da culpa, tática que eles tão bem dominam – Lula à frente.
Quem conseguiu transformar compradores de um dossiê falso contra José Serra (PSDB-SP) em “aloprados”, mensalão em caixa dois, mensaleiros em “guerreiros do povo brasileiro”, tudo pode.
Quem tem parceiros como Fernando Collor e Renan Calheiros, com os quais a presidente desfilou em campanha em Alagoas, quem se aliou ao clã dos Sarneys e a Paulo Maluf, pode mesmo afirmar que é o maior combatente contra a corrupção, algo que Dilma passou a enfiar em todos os discursos.
Na sexta-feira, em Porto Alegre, ela repisou na tecla: “Somos aqueles que combateram a corrupção doa a quem doer. Um combate duríssimo. Por isso que nós não concordamos com o uso eleitoreiro de processos de investigação que nós começamos.” Referia-se à Polícia Federal, que ela insiste em dizer que ganhou autonomia para investigar a partir dos governos petistas. Ao mesmo tempo, só investiga a seu mando. Algo difícil de destrinchar.
Mas a maior pérola sobre as revelações da roubalheira na Petrobras veio do líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), para quem Paulo Roberto Costa, ungido por Lula à Diretoria de Abastecimento e que durante seis anos operou a distribuição farta da propina para o PT e aliados (PMDB e PP), é cabo eleitoral tucano. “Esse diretor é apoiador do Aécio, a delação deixou de ser premiada para se transformar em delação eleitoral”, afirmou, sem corar a face.
Com semelhante desfaçatez, Dilma disse que os adversários “destilam ódio e mentiras”, aos quais assegura que responderá com “esperança e verdade”.
Para tal, teria de iniciar outra campanha. De purgar o ódio.
Teria de pedir perdão pelos comerciais sórdidos veiculados para aniquilar Marina Silva; de parar de entoar a cantilena de que Aécio Neves vai acabar com o Bolsa Família, privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa.
Mentira tem pernas curtas, diz o ditado. A campanha de Dilma vai continuar a esticá-las no limite máximo. Ou dá certo, ou arrebentam.
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 12/10/2014.
O PT se esvai. O PSDB vai voltar ao poder os corruptos serão punidos e os corruptores (empreiteiras) vão continuar no melhor dos mundos.