Excessos

Se houve excesso no primeiro dia de julgamento do golpe tentado por Jair Messias, foi do defensor de seu então fiel ajudante de ordens, Mauro Cid, aquele que caiu em desgraça junto ao chefe e seus devotos ao delatar a tramóia para salvar a própria pele. 

Pois não é que o eminente advogado do baixinho passou uma pública e inequívoca “cantada” no cabeludo ministro Fux, chamado de “atraente carioca”? Na sequência, derramou-se ao barrigudo ministro Dino, chamado não de dinossauro mas de “elegante do Norte”. Tudo porque o ministro, num comentário em meio às risadas de Fuxs, sentado ao lado, disse que não admitia receber do defensor menos do que oferecera ao colega. 

As risadas correram soltas. Prova de que advogados são capazes de qualquer coisa para agradar os algozes de seus clientes, ao se verem sem mais argumentos para salvar a pele deles. 

Evidente que o Cid entrou numa canoa furada ao aceitar ser o estafeta do Tinhoso. Evidente, também, que quis se safar fazendo a delação. É aquele que pisou em terreno minado fazendo pouco caso da placa “Terreno Minado”, enorme, logo na entrada da área minada. 

Em outras palavras, o indigitado tenente-coronel entrou em mar revolto apesar da bandeira vermelha fincada na beira da praia. 

Algum prêmio ou castigo deve estar reservado para ele nas entranhas cerebrais de seus cinco julgadores. Aposto que o Fux vai lhe dar a absolvição sumária. E o Dino, em vez de uma pena, uma peninha. 

Eu, se fosse o Tinhoso, demitia os meus e chamaria imediatamente o nobre defensor, que atende por nome que não anotei. Ele que vá saber, e faça alguma coisa antes de ser fritado em alho e óleo quando chegar a vez de julgar da ministra Carmen Lúcia, uma especialista em cozinha  mineira. 

Nelson Merlin é jornalista aposentado e especialista  em churrasco de chuleta ao ponto e costela bem passada. 

2/9/2025

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