Os filhos de Jair Bolsonaro têm se manifestado nas redes sociais afirmando que é um absurdo deixarem o pai preso numa cela de 12 metros quadrados.
Quanto mimimi, gente! Tão querendo o quê? Que a PF faça um puxadinho para ele poder juntar seu gado pra contar como está sendo injustiçado, pagando por crimes que não cometeu? (E o gado acreditando.)
Ele até que tá muito bem instalado numa suíte que tem TV, frigobar, ar-condicionado e, melhor, sem nenhum Brilhante Ustra da esquerda arrancando pedaços de seu corpo e nem dividindo a cela com um parente de alguém que morreu por falta de ar causada pela Covid e que tenha assistido à sua live tripudiando sobre os doentes que não conseguiam respirar.
Pra quem não se cansou de dizer que bandido bom é bandido morto, ele está indo bem na avenida. Só tá preso. Estão reclamando de quê?
Mas os filhos não cansam de fazer drama, contradizendo seus próprios pensamentos de tempos atrás. Há seis anos, quando Lula recebeu autorização para sair da prisão pro enterro do neto, Eduardo Bolsonaro publicou no Xtwitter: “Lula é preso comum e deveria estar preso numa cela comum. Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado”.
Fica a dica aí, PF. Manda o Bolsonaro pra uma cela comum de 6 metros quadrados na Papuda com mais 9 pessoas (essas celas geralmente abrigam até 10 presos), já que seu filho Eduardo apoia a ideia. (Aliás, esse moço é pródigo em apoiar “boas” ideias. Ficou todo orgulhoso da sua “obra” quando Trump resolveu phoder o Brasil taxando nossos produtos em 50%.)
Carlos Bolsonaro, outro mimizento, publicou no seu perfil do XTwitter, nesta quinta-feira, uma mensagem a la tango argentino, repleta de melodrama. Nem vou publicar inteira porque tem muita patacoada, mas, só pra vocês terem uma ideia, começa assim: “Eduardo, talvez eu jamais volte a ver o pai…” (Parei para enxugar as lágrimas. Já volto com mais um trecho.) Continuando: “E, entre tantas crueldades, impedem-me até de ver meu pai no meu aniversário, agora no próximo dia 7. Enquanto isso, minha irmã Laura é obrigada a ver o pai atrás das grades, pagando por crimes que não cometeu”.
Ah, se o Nazareno (personagem do Chico Anysio) te ouvisse ou te lesse, rapaz!
Diria no ato: “Tá com dó? Leva pra você”, não sem antes entoar um sonoro “calaaaado”.
Já deu, né, gente? Vocês sabem muito bem o que o papi fez no verão passado. Chega desse mimimi todo e encarem a real.
Mas se ainda estiverem muito combalidos e palavras de conforto servirem pra acalentar suas almas, deixo aqui a minha contribuição: fiquem tranquilos. Vinte e sete anos passam rápido!
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 5/12/2025.

