Um céu azul

Uma janela de céu azul abriu-se hoje de manhã sobre o Rio Grande do Sul e sua capital, Porto Alegre. A movimentação de helicópteros sobre a capital é intensa. São Pedro ajudou. 

O Hospital Mãe de Deus, um dos maiores e mais bem equipados da cidade, inundou. Ele fica muito próximo ao Guaíba, no bairro do Menino Deus. Helicópteros partem dali para hospitais em áreas mais elevadas, transportando dezenas de pacientes em estado grave. 

Porto Alegre vive uma operação de guerra nunca vista, para fazer frente à maior catástrofe climática na história da cidade e do estado gaúcho. 

Embora a chuva tenha parado e o sol voltado, as águas do Guaíba continuaram subindo. Hoje atingiram 5,30 metros, 2,30m acima da cota de inundação, que é de 3m.

A janela de bom tempo deve ficar aberta até a terça-feira, segundo as previsões mais recentes. Os institutos meteorológicos prevêem mais chuvas, desta vez acompanhadas por ventos fortes, frio e queda de granizo, a partir da quarta. 

Até ontem havia chovido em dez dias o equivalente a três meses de chuva nesta época do ano. E o fenômeno não foi pontual, numa área ou região determinada, mas no estado inteiro. Daí ter tomado proporções catastróficas, com diversas pontes e estradas destruídas, cidades inteiras submersas. Na capital, o bairro de Navegantes foi tragado pelo Guaíba. E o dique da Mauá, no Centro Histórico, estende-se até ali. De nada adiantou. 

O que adiantou foi a antecipação de um dia na janela de bom tempo que estava prevista somente para segunda e terça. 

As orações a São Pedro, que já deu nome a este estado quando era em outros tempos a Província de São Pedro, funcionaram. O dia foi de muito trabalho, mas resplandecente. 

Uma esperança de que os próximos temporais sejam passageiros e pouco letais. 

Nelson Merlin é jornalista aposentado e confiante. 

5/5/2024

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