Não sou cabotino, mas parece que leram meu artigo de ontem neste espaço, publicado quando o ponteiro do relógio não tinha passado ainda da casa das 13h, né, Servaz?, e resolveram tomar uma providência na casa das 14h. Hehehe!
Mas o que importa é que finalmente os maiorais do mundo paralelo estão com um pé dentro da Papuda. O outro pezinho virá ao fim do devido processo legal, em que os adevogadus de defesa terão que rebolar dando nó em pingo d’água para livrar a cara e os dentes dos seus clientes.
Contra fatos não há argumentos.
O que podem fazer agora é contar nos dedos, ou, mais apropriado, numa calculadora eletrônica, os anos que cada um vai pegar atrás das grades. Numa conta suave, a turma que caiu na rede da Polícia Federal, 37 indivíduos, entre generais, coronéis, tenentes-coronéis, majores, um padre sem noção e outros golpistas sem farda, deve pegar 851 anos, considerando que caibam, em média, 23 anos para cada um. Mas já vi contas maiores, de 30 arrobas, quero dizer, anos, por cabeça. Hehehe!
Infelizmente, existe um troço no Brasil chamado progressão de pena. Existe para dar uma chance ao apenado de não morrer de podre na cadeia. Nossa Justiça é uma mãe. O sujeito lê uns livrinhos, faz um resumo de próprio punho e o juiz das execuções penais abate, pelas leituras e a qualidade do resumo, dias, meses ou até anos da pena. Parece que todos sabem ler e escrever, então, cambada, metam a cara nos livros!
Há outros benefícios também, resultantes de coisas como bom comportamento, prestação de serviços internos, como faxinar privadas, limpar a cozinha, lavar panelas, servir a mesa etc. Coisa boa!
A progressão também permite que o sujeito saia do regime fechado para o semiaberto após cumprir um sexto da pena. Isto quer dizer que os canalhas, no dizer do meu xará Nelson Rodrigues (hoje estou demais, hehehe), poderão ver o sol fora das grades em pouco menos de quatro anos (os que pegarem 23) ou cinco (os que pegarem 30).
Mas isso não afeta a suspensão dos direitos políticos da cambada. O Abominável, por exemplo, ficará inelegível por todo o período da pena que lhe for imposta. Como já tem oito anos de inelegibilidade, soma-se a isso o novo lote e a coisa vai de 31 anos, na primeira hipótese, a 38 na segunda.
Ele só poderá se candidatar novamente quando tiver redondos 100 anos de idade, na primeira hipótese, ou 107 na segunda. Sem contar os oito anos extras que o sujeito recebe conforme manda a lei antigolpe do Congresso Nacional, que o próprio Abominável assinou em 2019 ou 2020, se não me engano.
Como os devotos do tal Mito, hoje com 69 anos, acreditam que ele é eterno, recomendo que os que tiverem interesse em votar no Coiso comprem cadeiras confortáveis, como as de balanço, e esperem sentados.
Mas a bolha do mundo paralelo ainda não estourou no ar. Teve um governador amigão dele que, já na calada da noite de ontem, soltou uma notinha chocha no ex-tweeter dizendo que a “narrativa” da Polícia Federal carece de provas e responsabilidade!
Quá-quá-quá!!!
Esses caras ainda vão me matar de rir. Chamou a investigação de quase dois anos da PF brasileira, muito melhor que o FBI americano, de “narrativa”, como se o relatório entregue ao Xandão fosse mais uma das porcarias que eles, os chefes bolsonaristas, jogam nas redes sociais do gado deles.
E hoje mesmo, para finalizar, aparece uma materinha num site de notícias dos grandes informando que o Abominável pensa em se lançar à presidência da República daqui dois anos, tendo um dos seus filhinhos — não disse qual, ai-ai-ai, vai dar briga na famiglia — como vice!!!
Quá-quá-quá! Quá-quá-quá-quá-quá!!
Essa é de dobrar de rir!
Nelson Merlin é jornalista aposentado e rindo de orelha a orelha.
22/11/2024