Tal e qual!

TAL FILHO, TAL PAI!

A bomba sobre o bolsonarismo começou a dar sinais de que iria explodir no final da semana passada quando a PF incluiu Mauro Lourena Cid, paí de Mauro Cid, como suspeito de envio de valores aos Estados Unidos.

Mas como assim? Lourena não era o portador das quatro estrelas Michelin do Exército? Não era um general probo, acima de qualquer suspeita, que ocupou vários cargos de confiança ao longo de sua carreira?

Pois era assim que o homem era pintado até outro dia. E, a não ser que ele tenha sido uma brasa encoberta até então, seria o primeiro caso nas Forças Armadas de um pai se espelhar num filho, que passou de ajudante de ordens do Presidente para traficante de joias em pouquíssimo tempo.

TAL PAI, TAL FILHOS,

E sobre se espelhar em parentes, Eduardo e Flávio Bolsonaro têm provado diariamente que DNA não falha.

Estão se comportando da maneira asquerosa – assim como todos os parlamentares aliados ao bando – nesta CPMI que tenta apurar as responsabilidades pelos atos golpistas do 8 de janeiro.

Só que no afã de proteger o papi da granada lançada pelo hacker Walter Delgatti, durante o depoimento que estava prestando nesta última quinta-feira, Flávio entregou o esquema e acabou confirmando que o rapaz foi “contratado” pelo pai em conjunto com as Forças Armadas, para “ajudar” o TSE no sentido de dar algumas dicas de melhorias ao sistema de urnas eletrônicas, caso fosse constatado que elas eventualmente pudessem ser fraudadas.

Tá certo que o parlamentar estava desesperado vendo que o depoimento de Delgatti deu merda pro lado dos golpistas, mas daí vir com uma estultice desse tamanho fere a inteligência até mesmo do gado, que ainda estava ruminando as joias contrabandeadas e sendo vendidas lá fora por valores exorbitantes. Descobrir, finalmente, que Bolsonaro sempre mentiu em relação às urnas eletrônicas abate qualquer um.

Até o fim dessa edição, o hacker ainda não havia terminado de entregar o esquema. E pelo andar da carruagem podemos esperar mais complicações para o lado dos golpistas, e mais mentiras dos aliados na tentativa de apagar o incêndio, que desta vez, é de grandes proporções.

Vamos ver os filhos do principal suspeito (agora a PF e a CPMI já têm elementos suficientes para considerar Jair Bolsonaro como mandante do ato golpista) dançando Carararambacaracaraô, na frente dos colegas parlamentares, tal qual o pai quando for intimado a dar explicações para a Polícia.

TAL CLIENTE, TAL ADVOGADO!

Nesse imbróglio das joias, quem se destacou na semana foi o autointitulado “advogado oficial” de Bolsonaro, que assinou um atestado de burrice quando foi recomprar um relógio Rolex que fazia parte da muamba presidencial, lá nos Esteites.

Além de ter ficado famoso como o advogado picareta que escondia em sua própria casa o procurado pela Justiça, Fabrício Queiroz, agora ganhou mais cinco minutos de fama quando disse que recomprou o relógio de 49 mil dólares com seu próprio dinheiro, durante passeio pelos Estados Unidos, só pra devolver para a União.

É pá ri ou pá chorá? O cara passeando em outro país e pensa: já que o Tribunal de Contas da União está pedindo de volta todos os presentes ganhos pelo meu querido e dileto cliente Jair Bolsonaro, por que não aproveitar que tô aqui nas redondezas e fazer uma surpresinha a ele?

Acho que é pá ri. O cara é tão panaca que pegou um recibo em seu próprio nome pra não deixar dúvidas. Agora vai ter de contar à Polícia Federal por que não usou esses 150 mil reais em souvenires como fazem os turistas, ou torrou em bares e restaurantes de grife.

Pegou mal essa lorota e o fato acabou ganhando destaque nas redes sociais e no meio político.  Os internautas nadaram de braçada com o apelido que o advogado ganhou dos aliados de Bolsonaro: Wasséfalo.

É, parece que desta vez, Frederick Wassefºdeu de verde e amarelo.

Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 18/8/2023. 

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