Dentre os assuntos que chegaram ao topo nesta semana está a fala do vereador Fernando Holiday durante sua filiação no Partido Liberal do Vardemá e do Bozo.
Em cerimônia que contou com a presença do ex-presidente, o vereador pega o microfone e no auge do entusiasmo tenta mostrar a todos que Bolsonaro não tem nada de homofóbico, tanto que estava lá apoiando “um negro, meio viado”.
O kkkkkkkk foi generalizado nas redes sociais e muitos se perguntavam o que queria dizer “meio viado”. Alguns sugeriram que ele seria gay e hétero em dias alternados na semana, outros disseram que ele podia estar em “processo de cura gay” promovido por pastores bolsonaristas. De qualquer maneira sua fala rendeu um “abraço hétero” do ex-presidente.
Mas quem é Fernando Holiday na fila do pão? Segundo a Wikipédia, Fernando Holiday Silva Bispo é um estudante de história, ativista, youtuber e político brasileiro, vereador da cidade de São Paulo. Foi eleito pela primeira vez em 2016, pelo DEM, sendo o primeiro LGBT assumido a assumir o cargo na capital paulista. Reelegeu-se ainda pelo pelo DEM em 2020.
Quando ainda participava do Movimento Brasil Livre, fez uma caminhada de 1.100 quilômetros até Brasília para entregar um pedido de impeachment contra Dilma Roussef. Em novembro de 2021 usou sua conta no Twitter pra descer o cacete no Jair. Disse: “A entrada de Bolsonaro no PL do Valdemar Costa Neto apenas escancara a falta de escrúpulos do presidente que se elegeu com o discurso contundente contra a corrupção. A ele nunca interessou (sic) valores ou princípios, tudo vale em nome do poder”
Dois anos depois, Holiday passa uma borracha no passado e fica de quatro, ops, diante de seu ex-desafeto. Pede desculpas e se compara ao “filho pródigo, um filho que cometeu muitos erros e que se arrepende amargamente, mas que está sendo recebido de volta em casa”.
Quem não gostou nadica de nada desse apoio de Bolsonaro ao vereador foi o Carluxo, o segundo do filho do ex-presidente. Disse em entrevista que a situação era “surreal”. Lembrou que em 2020 Holiday declarou que votou em Bolsonaro “sabendo que ele era um jumento” e que formava uma “quadrilha de quinta categoria ao lado dos filhos”.
No mesmo evento desta semana, Jair Bolsonaro chamou Lula de jumento e analfabeto. E aí, claro, internautas da oposição nadaram de braçada: “Se Bolsonaro perdeu a eleição para um jumento, um analfabeto, imagine o que ele é”.
Sobre isso, nada a declarar. Não entro em briga de coice no escuro. Só digo que em matéria de jumentos e analfabetos nossa política é pródiga. E, se fosse comentar sobre todos que se encaixam nesse perfil, teria de escrever um livro.
E voltando ao meio viado, tem uma fofoca rolando solta nas redes sociais sobre Neymar ter surfado na prancha de Pedro Scoob, ex da Luana Piovani, numa festa de arromba.
Mas aí foi mesmo só pra citar a notícia que ficou em evidência durante a semana, porque o caso é assunto pessoal e não temos nada a ver com isso. Como diria o Pedrinho da velha piada sobre um troca-troca infantil: “o tu é teu? Não? Então tontinua, Toninho”.
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 28/7/2023.