Indo pro Espaço!

Nesta quinta-feira foi lançada a espaçonave VSS Unity com três turistas acompanhados da instrutora da Virgin Galáctic, Beth Moses. Entre os turistas estão Jon Goodwin, ex-atleta olímpico de 80 anos, que sofre de mal de Parkinson e as duas caribenhas Keisha e Anastatia – mãe e filha – que ganharam as passagens numa rifa promovida por uma organização sem fins lucrativos.

Sortudas? Pra quem gosta de se aventurar no espaço, elas podem ser consideradas duas mulheres de muuuita sorte, já que uma viagem destas sai em torno de 2 milhões de reais por cabeça, sem direito a sequer um lanchinho.

Eu particularmente preferia ganhar um frango assado numa rifa. Mas agora é moda ir pro espaço, parece.

E quando não é literalmente é metaforicamente. Aqui, no Brasil varonil, muitas cabeças estão indo pro espaço, e não propriamente o sideral.

Gente que achava que podia cometer crimes com a promessa da impunidade está começando a ir pro espaço. Só que fechado.

Já foi o Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, cada dia mais claramente envolvido com os ataques terroristas de 8 de Janeiro, aquele que passou uma temporada de lazer na Flórida, e outra no 19° Batalhão da PM, no Distrito Federal.

Também foram os baderneiros que ainda continuam presos, apesar do mimimi de que são idosos, doentes, arrimos de família, mães, etecetera e tal. Muitos entraram nessa vibe do golpe, convencidos pelo WhatsApp de que se não fosse isso iriamos viver sob o regime comunista. Ingênuos? Otarios? Mal informados? Malandros? Mais dia, menos dia saberemos.

A Polícia Federal está jogando a tarrafa e a pescaria tem sido um sucesso, até agora.

Nesta semana o peixe que caiu na rede foi Silvinei Vasques, o “Vigilante Rodoviário” às avessas (o da série brasileira dos anos 60, era o destemido policial rodoviário Carlos que enfrentava os criminosos, acompanhado sempre de seu fiel cão Lobo, esperto e muito bem treinado para combater o crime). Já esse, não parece ser tão esperto quanto o Lobo da série. Se deixou levar pelo cão que não queria largar o osso, em troca de uma aposentaria precoce com confortáveis 18 mil reais ao mês.

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal foi preso nesta quarta-feira e vai ter de dançar miudinho pra explicar por que participou de uma reunião com 47 policiais rodoviários federais às vésperas da eleição do segundo turno e por que parou mais de 2.000 ônibus nas estradas do nordeste, reduto eleitoral de Lula, no dia da eleição.

A lorota de que era para evitar tumulto não colou e agora a PF vai querer saber de onde e de quem veio a ordem. Não é muito difícil adivinhar. É só seguir o rastro e o cheiro de podre no ar.

Há um empenho desesperado da família Bolsonaro em tentar jogar o lixo nas costas da oposição, embora as evidências contra eles sejam claras.

Flávio Bolsonaro postou em seu perfil no twitter: “Anderson Torres e sua família foram injustiçados em todo esse processo que o persegue desde 8 de janeiro. Os fatos provam, e deixam mais do que claro, que ele é apenas uma vítima dessa narrativa montada pela extrema-esquerda. Anderson, seguimos ao seu lado lutando por justiça”.

Apesar de todos esses esforços da família, os fatos mostram que tudo foi arquitetado para que o poder não mudasse de mãos, porém sem a esperteza do cão Lobo.

O “golpe” a la Brancaleone acabou indo pro espaço. E agora estão indo também os envolvidos.

Boa viagem a todos!

Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 11/8/2023. 

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