Agradáveis locais de trabalho

Nariz de cera (texto com obviedades que no século passado abria as notícias dos jornais):

O conforto no trabalho, tão desfrutável nos dias de hoje, não era possível em outros tempos porque dependia-se da papelada. E esta, documentos, ofícios, correspondência, notas fiscais, achava-se guardada nas gavetas dos portentosos arquivos de aço e outros meios físicos. A informática facilitou tanto as coisas, que, hoje, até mesmo as mesas de escritório e as salas de reunião estão ficando dispensáveis.

Pois… a pandemia do coronavírus consagrou o home office. O laptop e o celular resolvem tudo. Você está livre do atormentador trânsito da hora do rush. Não gasta gasolina. Não encara metrô lotado… No entanto, nesse embalo, pode-se perguntar: por que só o home?

Por que não o garden office? Ora, a funcionária mora perto de uma praça arborizada, muito agradável, com mesinhas e bancos. Não faria mal nenhum trabalhar de lá algumas horas. Levar um refresco, ir se hidratando…

É verdade que os mais ousados poderiam ir além. Instalar-se em quiosque, na calçada de uma praia. Camisa sim, mas calção de banho. Nos momentos mais amenos da lida, a camisa ficaria na cadeira. Um mergulho poderia clarear as ideias. Beach Office!

Não, não. Isso tudo é só fantasia. Não há a menor chance de acontecer. Por quê? Porque o ladrão vem e rouba o laptop.

Esta crônica foi originalmente publicada no blog Vivendo e Escrevendo, em 25/10/2023. 

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