Ultimamente, quando olho para as caras de uma grande parte dos políticos desta gestão, essa palavra vem imediatamente à minha mente. Dada a frequência com que isso vem ocorrendo, até fui procurar no dicionário os sinônimos para tentar entender a associação que faço do vocábulo com alguns políticos e, pimba, matei a charada. Achei lá: “Vigarista: aquele que, através de um ato de má-fé, tenta ou consegue lesar ou ludibriar outrem, com o intuito de obter para si uma vantagem; embusteiro, trapaceiro, velhaco”.
Como não olhar para a cara do presidente do Senado Rodrigo Pacheco sem associá-lo a, pelo menos, um desses adjetivos? A senadora Simone Tebet que o diga. Ela não usou nenhum adjetivo mas foi bem clara ao mostrar sua decepção por ter confiado nele no caso da PEC dos Precatórios. Disse: “Eu lamento muito que vossa excelência não tenha honrado com o compromisso feito com os líderes dessa casa. Nós, sob o seu aval, garantimos os votos para o presidente da República e governo no compromisso analisado pela vossa excelência de que não iria fatiar”. Mas ele fatiou. É um vigarista ou não é?
Se olhar pra cara do presidente da Câmara Arthur Lyra, então, aí vêm todos os adjetivos pejorativos juntos e mais alguns que acrescento dependendo da sordidez usada na jogada política daquele momento.
E o Paulo Guedes? É o só olhar para aquele semblante travestido de touro da Wall Street tupiniquim que pá, vem a palavra embusteiro, não tem jeito. Desde o começo do governo o bonecão de vento do Posto Ipiranga tem soltado frases ao léu numa tentativa de querer fazer a gente acreditar que somos todos Alices vivendo no país das maravilhas. Nesta quinta disse: “BC agiu rápido e vamos controlar a inflação antes de países avançados”. Difícil acreditar diante dos “resultados positivos” da Economia apresentados até hoje, né?
Como diria a menina prodígio do clima, Greta Thunberg, chega de blá-blá-blá, ou, como diria minha avó, chega de conversa mole pra boi dormir.
Se pegarmos a definição de vigarista de cabo a rabo descrita lá em cima, qual o primeiro nome que vem à cabeça? Até um tempo atrás poderia ser Lula, mas Jair Bolsonaro é o nome do momento. O vigarista faz de tudo para contrariar a ciência e enganar seu rebanho com discursinho mentiroso dizendo que a Anvisa queria fechar o espaço aéreo brasileiro. Mentiu para justificar por que não aceita a recomendação da Agência de Saúde de exigir passaporte da vacina nos aeroportos. Nesse caso específico, achei que vigarista é pouco para classificar o desclassificado, que agora anda todo pimpão por ter recebido milhões de votos dos robôs que o elegeram Personalidade do Ano da revista Time. (Ah, se conhecessem essa personalidade dupla. Ora o homem que cita Deus acima de tudo, ora o homem que faz o Diabo para se garantir no poder.)
E, seguindo os passos do mestre, quem mostrou de novo o dedo do meio pra população esta semana foi o Pazuello cover, o vigarista, digo, o ministro da Saúde (Saúde?) Marcelo Queiroga, que é totalmente contra o passaporte da vacina. Bombou nas redes sociais com a frase: “Às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade”, mostrando que ele se sai muito melhor como puxa-saco de negacionista do que como médico. Com isso Queiroga até extrapolou a definição da palavra vigarista. Assumiu publicamente que não está nem um pouco preocupado com a saúde do povo e ainda tem a cara de pau de pretender se lançar como candidato a deputado ou senador. Torço para que as urnas lhe mostrem o dedo do meio, bem mostrado.
E assim, dia após dia convivendo com essas notícias, dá pra dissociar a palavra vigarista desse bando de vigaristas?
Eu não consigo!