Hoje acordei cedo e comecei a me programar para executar tudo o que tinha de fazer no penúltimo dia do ano e, assim, reservar o último só para os finalmente.
Saí, fiz compras, cheguei em casa, lavei, chacoaei e guardei tudinho como manda o novo figurino ditado pela Covid.
Fiz alguns adiantamentos para o “estrondoso” réveillon aqui em casa onde receberei todos os meus quatro convidados para uma comilança. Ao mesmo tempo preparei o almoço e me lembrei que era dia de escrever o último texto do ano.
Não me preocupei muito com o assunto porque resolvi ser otimista e pegar leve, já que passei o ano metendo o pau nesse governo de m… epa, já está indo embora meu intento.
Pensei num lead tipo, oi pessoal! Só estou passando por aqui para desejar um Feliz Ano Novo para todos – mas fiz a besteira de assistir ao noticiário da hora do almoço.
E lá se foi meu lead. Como desejar um Feliz Ano Novo se a gente sabe que ainda tem vários meses pela frente pra assistir de braços cruzados a todas as cagadas desse presidente?
Enquanto o mundo acompanha sensibilizado as cenas de horror de gente que já tinha pouco e que perdeu o resto por causa das enchentes, ele passeia de jet-ski da Marinha em Santa Catarina, levando mulher e filha na garupa. E o mais inusitado é que quando nossa vizinha Argentina ofereceu ajuda ele recusou, para o espanto de todos. É como se um anti-Bolsonaro oferecesse uma lauta ceia de Natal a um morador de rua bolsonarista e ele recusasse, por “ideologia”. Tem dó, imbecil! Aquela gente precisa de toda ajuda do mundo, venha de onde vier.
Em seguida vejo que o ministro da Educação (aquele que tem a cara de bobo do Gordo, do “O Gordo e o Magro”, só que magro, PROIBIU a exigência do passaporte da vacina nas Universidades Federais. É pacabá! No momento em que a contaminação pela variante Ômicron se espalha avassaladoramente pelo mundo, nossos “gênios” estabelecem regras contrárias às orientações da OMS. Com que intenção? Que todos se contaminem e morram? Isso é sadismo puro, aliado a uma burrice desmedida e a uma subserviência exacerbada ao ser mais repugnante dos últimos tempos, depois do zé de abreu.
Desligo a TV e tento voltar ao texto leve que tinha idealizado, mas ainda assim não me sinto à vontade desejando um feliz ano novo para todos. Talvez seja melhor desejar que tenhamos todos mais momentos de alegrias do que de tristeza, mais de paz do que de angústias e mais de sabedoria do que de alienação, especialmente neste ano em que vão ocorrer as eleições.
Verdade que as pesquisa não estão mostrando nenhuma luz no fim do túnel, por enquanto. É duro engolir que o candidato que saqueou nossas estatais esteja tomando a dianteira na corrida dos cavalinhos. Também não é nada animador saber que o cavalinho que vem atrás é esse que está deliberadamente tentando acabar com as instituições em prol de si mesmo e de seus filhos.
Também dá um desânimo quando se vêem movimentos nas redes sociais criando novos mitos e botando eles pra correr na raia mesmo que não estejam preparados pra isso.
Ainda temos alguns meses pela frente, tempo suficiente para que a gente fuce a vida desses candidatos de cabo a rabo para que não aconteça o que está acontecendo. Tá tão fim de feira esse governo que políticos que apoiaram sua candidatura tentam agora se justificar, dizendo que não sabiam que esse presidente seria tão ruim.
Como não sabiam? Eu, uma ex-professora, ex-jornalista e já há um tempo uma reles dona de casa, mãe e avó dessas bem caseironas, que mora numa cidade quase pacata do interiorrrr, sabia. Era só olhar a ficha policial do meliante, digo, o currículo do vagabundo pra saber que passou 28 anos sentado numa poltrona no fundo do Congresso sem fazer absolutamente nada, vivendo das benesses que o cargo oferece e, como se não bastasse, praticando rachadinha a céu aberto.
Esperavam o que de um indivíduo que acredita que a Justiça boa era aquela praticada pelo torturador da ditadura, coronel Brilhante Ustra?
Então não venham com essa conversa mole de que não sabiam. (Isso vale também para os que aceitaram trabalhar pra ele.)
Bom, voltando à vaca fria, vamos lá para a mensagem de fim de ano desta colunista: Que soprem bons ventos para arejar nossas cabeças e que não falte champanhe na virada para alegrar as nossas almas.
Tim-tim!
30 e 31/12/2021