Que o presidente é um boquirroto nato, não se tem mais dúvida, mas às vezes, ele se supera.
A semana já começou com coices duros nas ancas de seu vice-presidente. Disse que ele foi escolhido, como se diz na linguagem popular, meio que nas coxas, tipo não tinha outro disponível então vai esse mesmo. (Há os que preferem acreditar que a escolha de um general para o cargo, já seria parte de uma jogada que culminaria com um golpe militar, e para isso, nada melhor do que contar com a ajuda de um graduado do Exército. (Afinal um civil, ex-capitão indisciplinado que quase explodiu o quartel para pleitear aumento de salário, que pouco ou quase nada fez pela instituição, não conseguiria dar um golpe sozinho, sem o respaldo dos fardados).
Como se não bastasse declarar que pegou o que tinha à mão, “a toque de caixa”, disse em seguida que o vice-presidente general Hamilton Mourão, chega a atrapalhar em alguns momentos e completa: “vice é igual cunhado: você casa, tem de aturar o cunhado ao teu lado. Você não pode mandar o cunhado ir embora”.
Numa dessas, se eu fosse o Mourão, mandaria Bolsonaro ir tomar na primeira sílaba do cunhado e botava a boca no trombone. Ele deve saber de coisas cabeludas da vida de seu superior, inclusive sobre como seus ex-cunhados foram usados nas rachadinhas do então deputado Jair Bolsonaro.
A segunda boquirrotada que causou um grande mal-estar entre os envolvidos foi sua fala para justificar a troca de ministros na Casa Civil. Disse que o ex-ministro da pasta Luiz Eduardo Ramos “é nota nove”, que só não é dez porque ele não é muito bom de lábia pra convencer os parlamentares a votarem a favor de alguns dos seus devaneios. O general engoliu esse sapo, quietinho, quietinho, e nem retrucou pra dizer que não era nada disso. Que na verdade era porque o Centrão abriu a feira de pechinchas e ele aproveitou para trocar um Ciro Nogueira por mais um engavetamento de pedido de impeachment.
A terceira bola fora da semana foi com o STF. O Supremo, que anda bem puto com esse presidente que insiste em propagar por aí que a Corte o impediu de atuar contra a disseminação da Covid-19, publicou um vídeo, nesta última quarta-feira, desmentindo mais essa boquirrotada do presidente: “É falso que o Supremo tenha tirado direitos do presidente da República de atuar na pandemia”. Em outras palavras quis dizer: cala a boca, Magda! Se manca! Conta a verdade pro seu eleitorado, conta que você não comprou vacinas porque não quis e que agora quer jogar a culpa nos governos dos estados. Que preferiu entupir o povo de cloroquina. Que deixou que morressem milhares de brasileiros por causa da sua estupidez. Assuma!
E o que faz o bocudo diante dessa nota? Logo no dia seguinte vai no cercadinho e diante de algumas cabeças de gado, acusa o STF de “cometer crime”, e afirma que o desmentido do Supremo é fake news. Ói quem fala em fake news!
Ma, Dio bello, diria minha nonna. Será que esse homem não aprende a ficar de boca chiusa?
Acho que não! Falar besteira é com ele mesmo. Um dia desses disse que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello fez um “excelente trabalho na pandemia”.
Tamos sabendo!
Fez tão bem seu trabalho que teve que depor na Polícia Federal para tentar explicar todas as tramoias que ocorreram na sua gestão.
E se lá mentiu como mente Bolsonaro nas lives e no cercadinho, corre o risco de ter de obedecer ordens de outro chefe daqui pra frente.