Jamais poderia imaginar que viveria para ver o dia em que o Comando do Exército Brasileiro se ajoelharia diante de um capitãozinho insubordinado, mau militar, terrorista, que jamais respeitou hierarquia e planejava explodir bombas em quartéis.
Triste, atônito, perplexo, chocado, me vi reagindo à vergonhosa, vexaminosa nota do Exército Brasileiro inocentando o general Pazuello de qualquer punição por ter rasgado na cara do país o Regulamento Disciplinar da Força, querendo registrar no meu site os títulos dos sites dos três principais jornais neste momento.
Me percebi reagindo à notícia com o único instrumento que tenho: o registro jornalístico.
Fico imaginando que um Exército e esse tipo de crítica a ele não podem conviver. São coisas antagônicas, opostas – a força das armas e a desenvoltura da imprensa para meter o pau nela.
Assim, não é bobagem registrar como a imprensa reagiu a esse absurdo inominável. É importante.
Pode ser que essa liberdade não dure muito.
Ai vão as manchetes dos sites às 18h da quinta-feira, 3/6/2021:
O Estado de S. Paulo: “Exército decide não punir Pazuello por participação em ato com Bolsonaro”.
O Globo: “Comando do Exército não vê transgressão de Pazuello em ato político com Bolsonaro e arquiva processo sem punição”.
Folha de S. Paulo: “Sob pressão de Bolsonaro, Exército livra Pazuello de punição por ato com presidente no Rio”
Aqui, os títulos das matérias dos colunistas que estavam na home dos sites entre as 18 e as 19h:
Folha de S. Paulo:
Igor Gielow: Exército se rende a Bolsonaro e abre portaq para a anarquia militaer”.
Bruno Boghossian: “Sem punição, militares deixam de ser instituição de Estado para servir ao presidente”.
O Globo:
Míriam Leitão: “Exércdito se submete a Bolsonaro e dá o passo mais perigoso desde o fim da ditadura”.
Lauro Jardim: “Decisão de não punir Pazuello é vitória de Bolsonaro e da indisciplina”.
Malu Gaspar: “O capitão dobrou os generais. O próximo passo é transformar o Exército em milícia”.
Bela Megale: “Pazuello já esperava se livrar de punição no Exército”.
Merval Pereira: “Decisão do Exército tem motivação política, sem considerar um dos pilares das forças militares”.
O Estado:
Vera Rosa: “STF teme radicalização dasa tropas e vêem Braga Netto como ‘novo Pazuello’.
Análise: “Exército optou pelo risco de futuros atos de indisciplina”.