Qual é a do Bolsonaro? Você sabe?

Não consigo compreender qual é a intenção do Bolsonaro. O que ele diz ao seu público chega a ser difícil de compreender. Não é que ele fale com a linguagem empolada e arcaica do Ernesto Araújo. Não, ele fala como um sujeito que nem sequer cursou o ginasial. O difícil está no miolo de suas palavras, que são absolutamente amalucadas.
A cada dia sua agonia, ouço falar desde menina. É isso! Ouvir Bolsonaro falar é sofrer a agonia de cada dia!

Ele só se preocupa com a Economia e nem por isso fez de seu governo um bálsamo para a Economia no Brasil. As vidas humanas são sua menor preocupação. Ele está convencido de que salvar vidas é de somenos importância, pois afinal todos morreremos, seja lá o que for feito em relação à Covid-19,  Isso, para ele, desde que não atinja nenhum de seus filhos, tudo bem.

Quem ele acha que vai trabalhar para resolver nossos problemas econômicos, se a maioria dos brasileiros hábeis para tal forem morrendo aos poucos?

Tivemos um excelente ministro da Saúde. Ele, em pouquíssimo tempo, granjeou a admiração e o afeto da maioria dos brasileiros. Foi nosso azar: ciumento e convencido de que até as emas do palácio estão sempre conspirando contra ele, Bolsonaro não soube valorizar Mandetta e o demitiu.

Aos poucos, tudo que o ex-ministro Mandetta previu e explicou minuciosamente à sociedade e ao capitão vem acontecendo. Ele não é um vidente. É um cientista sério, um homem decente, um excelente médico. Tem o conhecimento da Medicina que nos faz tanta falta neste momento e a honestidade intelectual de quem só fala e faz aquilo com o que concorda.

Bolsonaro, coitado, só diz aquilo que brota em sua mente e que ele expele sem pensar. Para ele só interessa que os filhos amealhem muito dinheiro, até para poder bancar as eleições de 2022. Sua grande preocupação é se reeleger. Fala mal do cargo que ocupa, lastima-se do trabalhão que tem, mas abriu um museu de cera para exibir as roupas usadas por ele e por sua mulher na posse em 2019.

O ridículo não poderia ser maior. Só não é maior que a falta de instrução. E de inteligência.

Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, na Veja, em 13/12/2020. 

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