Faz escuro mas eu canto.
Quarta-feira de cinzas no país.
E no entanto é preciso cantar.
Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento.
Penso em Marina, lembro de Marina, vejo a foto de Marina que a Mary fez durante a netada de hoje (a Mary ou o Messenger?), e me vêm à cabeça belos versos.
Puedo escribir los versos más alegres esta noche.
Y quiero que me perdonem por este dia los muertos de mi felicidad.
***
Nunca tinha vivido um período tão terrivelmente desesperançado quanto este agora, desse governo que representa tudo o que pior pode haver no mundo. Nem mesmo na ditadura militar as coisas pareciam tão absolutamente amargas, sem saída, sem escapatória.
A praga que se instalou no Palácio da Alvorada, no Planalto, consegue ser ainda mais desesperadora do que a pior pandemia que atingiu o planeta.
E, no entanto, a cada dia, quando vemos Marina na tela, e falamos com ela, diacho, sinto que soy um hombre feliz.
E retiro a frase ali acima: não peço perdão coisa nenhuma pela felicidade de haver Marina no mundo.
5/12/2020
Que beleza de declaração de amor, Sérgio!
Nossa, Katia, sabe que não me lembrava desse texto?
Obrigado, querida!
A foto apareceu como lembrança no Face hoje, achei linda e compartilhei de novo – mas nem reparei que era uma chamada para um texto. Foi só ao ver seu comentário que fui atrás e reli…
Um grande abraço!
Sérgio