Quando o ex-capitão diz a um jornalista que está com vontade de lhe dar umas porradas na boca, ele está sendo, sem sombra de dúvida, um grande covarde, pois sabe que o profissional da Imprensa não vai poder reagir contra o presidente da República.
Da mesma forma quando ele chama o profissional de otário.
Otário não é o repórter que está ali a serviço. Otários são os eleitores que puseram no Planalto um indivíduo inteiramente despreparado para o cargo. Otários são os abobados que se reúnem em torno do cercadinho no Alvorada para ver e ouvir Bolsonaro dizer as mil e uma tolices que diz.
Otários somos nós que acreditamos que Bolsonaro deixara de ser grosseiro e passara a ser um presidente civilizado. Pois sim! Isso durou menos de uma semana e logo ele voltou a agir como agia desde que era soldado, a ponto de ter sido expulso do Exército.
Esse homem conseguiu o impensável. Envergonhou o país diante da comunidade das nações. Somos tidos como um país sem categoria, sem classe, grosso e ignorante. Nossa fama de país amável, alegre, bem humorado, simpático, foi para o espaço!
Bolsonaro insiste em dizer e fazer asneiras. Por exemplo, deu-se ao luxo de dizer que o coronavírus com ele não teria chance pois seu currículo de atleta assustaria o vírus. Para ser desmentido quase que em seguida por um verdadeiro atleta, Usain Bolt, que não escapou da Covid-19.
Andou dizendo, em privado, aos seguidores, que usar máscara era coisa de viado. Isso não teve influência nos brasileiros que respeitam o uso da máscara por temer essa doença maligna. Mas influenciou seus Zeros, pobres filhos cuja educação deixou muito a desejar. Flávio, o homem que dos chocolates fez uma mina de dinheiro, viajou de avião sem máscara, apesar do pedido das aeromoças. Melhor pegar o coronavírus do que ser tido como viado, não é não? Assim pensam os Zeros que, como todo zero à esquerda, são apenas um zero à esquerda!
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, na Veja, em 28/8/2020.