Quando as imagens vinham em palavras

“Atenção, atenção! Aqui fala o seu Repórter Esso, testemunha ocular da História”. Era 28 de agosto de 1941. O locutor Romeu Fernandes fazia a primeira transmissão do programa da Rádio Nacional do Rio: a aviação alemã havia atacado a Normandia, na França.

Em 8 de maio de 1945: “O Führer morreu. Terminou a guerra! Terminou a guerra! Terminou a guerra!” 29 de outubro de 1945: “E atenção ouvintes! Atenção! Renunciou o presidente Getúlio Vargas.” Cinco de agosto de 1955: “Faleceu Carmem Miranda.”

O programa passou mais tarde para a Rádio Globo. Durou quase trinta anos. Em 1952, chegou à televisão, uma novidade surgida no País dois anos antes. Estava na TV Tupi. “E atenção! Aqui fala o seu Repórter Esso!” Foi até 1970 (dados extraídos do Acervo O Globo).

Hoje, o drama, a tragédia, o espanto chegam rapidamente às nossas tevês. Você não se choca só com o que o apresentador ou o repórter estão narrando, mas com a imagem na sua cara.

Vê o assalto na calçada ou no posto de gasolina, a agressão no elevador, gravados por câmaras particulares. O dilúvio de lama de Brumadinho, os atentados contra civis na Europa. Tudo o que aqueles heróicos locutores de rádio se esforçavam em nos apresentar apenas com palavras.

Em tempo – Isto não é uma crítica aos meios de comunicação de hoje, e às facilidades da tecnologia – ao contrário. Só quis fazer uma homenagem ao pessoal das antigas.

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