Quem sabe essa á a nossa chance?

Em 11 de julho de 2008 assinei aqui neste Blog um artigo sobre o Rio que, entre outras coisas, dizia o seguinte:

“Só não vê quem não quer: ruas sujas, esgoto a céu aberto, um cheiro de urina entranhado até nas esquinas do centro financeiro da cidade, que dirá em bairros afastados.

Ambulantes vendendo de comida a animais. Cartomantes e curandeiros. Pregões que incomodam, anunciando coisas do arco da velha. Moradores de rua fazendo tudo que as pessoas fazem em seu dia a dia, mas a céu aberto.

Carros abandonados e carcomidos pelo tempo. Casas desmoronando, sem telhado, pondo em risco os passantes. Animais zanzando, famélicos e imundos. Brigas, tumultos, bandidos à solta. Sexo, de todos os tipos, sendo vendido à luz do sol. Crianças dormindo nas ruas, sozinhas ou em bandos. Assaltos, rotina, não são exceção. A violência explode. (…)

Muitos não vêm isso que acabo de descrever. Ou porque não querem ver, ou porque vivem em ilhas da fantasia. Mansões cercadas por muros e grades, vigias armados, alarmes, holofotes. Quando têm que sair do castelo por motivo de força maior, vão em carros blindados, ou helicópteros, que ninguém é tonto. Não duvido que em breve inaugurem um condomínio com pontes levadiças.”

Mudou alguma coisa nestes últimos nove anos?

Mudou, sim!

Estamos tendo a oportunidade de corrigir tudo que está errado.

Como?

Muito simples: os palácios governamentais estão vazios. Em compensação, as cadeias começam a ficar lotadas. A Cadeia Nova, graças à Operação Cadeia Velha, começa a nos livrar do pesado fardo que há muito carregamos!

Prédio onde funcionou a "Cadeia Velha", antes de ser derrubado e dar lugar ao Palácio Tiradantes (Foto: Reprodução)
Cadeia Velha (Foto: Reprodução)

Na Cadeia Nova estão o ex governador do Rio de Janeiro, e desde  ontem a cúpula da Alerj, os Picciani e Cia Ltda lá estão a lhe fazer companhia.

Cadeia Pública José Frederico Marques. Cadeia Nova (Foto: Divulgação)
Cadeia Nova (Foto: Divulgação)

Governador, vice-governador, secretários, todos calados. Diria mais, mudos!

Strictu Sensu, estamos à deriva, já que sem comando. Mas será que é permitido discordar?

Espero que sim, porque discordo. Não estamos à deriva. Estamos vivendo uma oportunidade de ouro: Pela primeira vez, desde que os índios tamoios comandavam este pedaço do Céu, podemos mandar em nossa cidade!

Não sei por quanto tempo essa situação ideal irá se prolongar. Espero que dê tempo para uma limpeza em regra e para que os cariocas retomem sua cidade e reorganizem sua vida. Espero que a Justiça fique mais lenta que de hábito para que o tempo corra a nosso favor!

Desculpem, esqueci de mencionar o Prefeito. Não foi por implicância, foi apenas porque não encontrei nenhuma nota sobre seu paradeiro, ontem, 16 de novembro.

Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 17/11/2017. 

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