Há alguma coisa errada com o Facebook

Há alguma coisa errada com o Facebook – ou comigo. O fato é que não nos entendemos, ou eu não o entendo.

Esclareço que estou na rede apenas como observador. Vi-me obrigado a aderir, porque todos os meus bons e velhos amigos me deixaram sozinho nos e-mails. Moderninhos, correram para o “face” (embora não o chamem assim).

Por estes dias, recebi (mais uma) foto de uma sobrinha, com a filha e o marido, ótimas pessoas. Lá estão os três, sorridentes na selfie. Procuro um dado qualquer que indique o motivo da foto, um mínimo que justifique sua divulgação. Nada.

Vi fotos da viagem de férias de Sérgio Vaz e senhora. Vinham com não mais que um fiapo de informação, inconsistente e insatisfatória (que árvore é aquela ao lado da qual Meirinha posou, caramba!). Também apreciei imagens de uma reunião da família Vaz, todos sorridentes e felizes, belo momento. Utilizando-me do ensinamento de um dos Vaz, Sérgio, cliquei em cima da foto, em busca de uma legenda. Nada.

Em que parte do País estavam esses Vazes, por que se reuniam? Salvo alguma inabilidade minha, não achei resposta.

Chegam fotos e mais fotos de pessoas da minha família, imagens livres e soltas, desprendidas de qualquer compromisso com fatos. Minha filha Mônica diz que não estou entendendo: é assim mesmo.

Discordo e protesto. Favor mandar junto com a imagem dados escritos – sim, a velha escrita – que respondam a estas questões: o que, como, quando, por que, e onde.

Julho de 2016

6 Comentários para “Há alguma coisa errada com o Facebook”

  1. O “FACE” tem sua FACE boa. Amigos e parentes que nos esqueceram postam fotos sem legenda mas que expressam momentos alegres e reuniões das quais não fomos convidados.
    Dica de utilização – use como se fosse um diário desvendado e coloque você mesmo a legenda ou comentário que achar conveniente, se tiver sorte obterá retorno e sua curiosidade será satisfeita.
    Outra dica: não faça muitos amigos no “face” pois não temos tempo para tantos amigos, bastam os parentes e amigos mais próximos. Não confie em amigos obtidos pelo aplicativo podem ser falsos e inventados.
    Dica final: O cara livro(em português) nunca vai tomar lugar do cara a cara, se Vinicius dizia que beleza era fundamental, parodiando o poetinha atrevo-me a dizer que contato de pele é essencial.

  2. Miltinho, concordo com o que você diz. Meu problema, na verdade, é de humor; não tenho nem um pouco em relação ao “face”.
    O comentário que fiz, em todo caso, foi mais uma gozação, exigindo burocraticamente (“Favor mandar…”) que as pessoas apresentem o lead que abre as notícias.
    (E ninguém faz isso, esse bando de focas!)

  3. No meio da leitura, já comecei a pensar que o Valdir, como velho repórter, queria mesmo era saber o que, como, quando, onde e por que. Estava pretendendo colocar essa observação no meu comentário, quando me deparei com ela no último parágrafo e não pude deixar de rir. Essas fotos sem data e sem legenda sempre me pareceram uma informação incompleta. Eu colocava legendas em todas as minhas fotos, no início da era Facebook. Parei quando percebi que ninguém fazia o mesmo e eu poderia parecer esquisitão.

  4. Concordo com o Valdir: fotos têm que ter legenda, mesmo que seja no Feicy. É horrível não saber de que se trata a foto, ou em que lugar foi tirada.
    Eu adoro pensar em legendas criativas para fotos, e quando não consigo (criatividade não é o meu forte) coloco o trecho de alguma música que acho que tem a ver com a imagem (dependendo da música, pode ficar brega, mas meu gosto musical é muito bom, garanto).

    PS: Fiquei curiosa pra saber para aonde o casal Zaidan-Vaz foi. Posso perguntar, ou vai rolar texto no site? =D
    Eu mesma recém-cheguei de uma viagem, cuja volta foi digna de filme, e extremamente estressante.

  5. E, Sérgio, parabéns pelo blog, que visito de vez em quando.
    Abs,
    Euclides

  6. Prezado Valdir,
    Depois do contato com o Sergio, para quem, aliás, era destinada a mensagem acima, na postagem Sonho, parabenizo a você pelos textos no blog. Não sei se você lembra, mas na redação do JT, numa rápida passagem minha por lá no fim da década de 1980, fomos mestre e aprendiz. Das conversas da redação e da lanchonete ficaram o entusiasmo juvenil com que você lembrava as suas incursões jornalísticas pela Amazônia, minha terra. Quase 30 anos depois, seus relatos sobre o formigueiro humano de Serra Pelada ressoam como o destemor do repórter. A Amazônia, inesgotável, continua sendo uma grande pauta.
    Um abraço do
    Euclides Farias

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