Como me queixar de 2016?

2016 não foi, de modo algum, um ano simpático. Foi daqueles que torcemos para que acabe logo. Nem vou elencar aqui tudo que ele nos trouxe de ruim, as más notícias quase que diárias, as perdas irreparáveis. Seria como oferecer a vocês os jornais de ontem, anteontem e trasanteontem…

São tantos os bons jornalistas a analisar e comentar os inacreditáveis e infindáveis nós em que nos meteram, como vou me meter na seara deles? Eu não saberia falar com igual propriedade.  “A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos”, aprendi no colégio, quando os mestres ainda nos estimulavam a ler os grandes filósofos.

Mas tenho um sentimento em relação a 2016: ele não foi de todo negativo. Teve lados altamente positivos para o Brasil: o impeachment da representante do PT no Palácio do Planalto; a força moral da Lava-Jato; e o desmantelo da impressionante cadeia de corruptos responsável pela vergonhosa e lastimável situação em que o Brasil se encontra.

Entretanto, o PT despachado, ver poderosos bem instalados em Curitiba, a corrupção com sua cabeça cortada, não acham que é caso para agradecer, um pouquinho ao menos, o ano que se vai?  Não sou das ingênuas que acreditam que a corrupção foi para sempre dizimada. Longe disso. Sempre haverá corruptos. O que é necessário é que sempre haja fiscalização e punição para os corrompidos e para os corruptores!

Mas que a corrupção levou um baita tranco, levou. Durante algum tempo seus acólitos vão se manter afastados desse ofício desgraçado. Quando tentarem voltar, não serão os mesmos e nós estaremos mais atentos e mais fortes.

Não é caso para agradecer aos Céus? Eu acho que é.

E tem mais: as pessoas que eu amo estão bem de saúde. Crianças queridas continuam chegando e encantando nossas vidas. Ainda estou por aqui.  Alive and kicking, como dizem nossos amigos anglo-saxões. Probleminhas todos temos, mas nada que nos leve a desesperar. Viver é assim mesmo.

Por tudo isso, como posso me queixar de 2016, assim, sem mais aquela?

Agradeço pois o ano que passou  e recepciono, com Fé e Esperança, o ano que vem.

Seja muito bem vindo 2017!

Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 30/12/2016.

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