Como alertam as bulas dos bons laboratórios, não use medicamento com prazo de validade vencido. “Caso ainda esteja no prazo de validade, observe o aspecto do produto e se houver alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.”
Aqui no Rio 1 tonelada de medicamentos (incluindo larvicidas imprescindíveis no combate aos mosquitos assassinos) foi incinerada. Por quê? Porque estavam com a data de validade vencida!
Essa notícia é de indignar qualquer um. O governo do Estado do Rio nos deve uma explicação e o Ministério Público deveria punir exemplarmente os responsáveis por essa barbaridade.
Mas, como dizem os ingleses, “quando chove, é temporal” (when it rains, it pours). Infelizmente, essa não foi a única barbaridade que sofremos. Estamos sendo inundados por notícias horríveis, em todas as áreas.
Na Economia está tudo muito feio e muito apavorante.
Na Política, é um verdadeiro horror o que vemos suceder diariamente. A impressão que dá é que o Governo Federal e o Congresso estão há muito com a validade vencida.
Mas Deus lembrou-se de que é brasileiro e nos deu a Operação Lava-Jato, que tem retirado de circulação alguns políticos, assim como marqueteiros e empresários que com eles se acertavam.
Claro que isso incomodou nossos representantes. ‘Onde já se viu querer desmontar nossa igrejinha?’, é o que parecem se perguntar.
Dona Dilma, sem prumo e sem rumo, só diz coisa sem coisa e só sabe piorar o que já está muito ruim. Diz ela que não governa só para o PT, mas sim para todos os brasileiros. Ela só não diz que governa mais para si mesma e pela manutenção do Poder.
Ontem, dia da publicação pela revista IstoÉ da delação premiada do senador Delcídio Amaral, dona Dilma esqueceu do PT. Nesse momento, ela e seus auxiliares mais diretos logo se preocuparam em desmentir o senador – ex-líder do Governo dela até ser preso no ano passado – naquilo que se refere a ela. Da defesa do ex-presidente Lula, fundador e guru do partido que a colocou no Planalto, ninguém tratou.
No entanto, há muito poucos dias ela se lembrou que é petista e trocou o ministro da Justiça, desafeto antigo do ex-presidente Lula, por um petista conectado ao Poder via Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, hoje ministro chefe da Casa Civil da sapiente presidente. Nessa hora ela estava fazendo a vontade de Lula e do PT.
Quer dizer, a cada dia a sua agonia. Ora ela é petista, ora talvez nem se lembre mais a quem deve o Poder…
O aspecto do Brasil todo está muito esquisito. Assim, seguindo o conselho das bulas, apelo a nossos “farmacêuticos”: o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro, para que verifiquem bem se nosso país ainda tem validade.
Caso contrário, pelo amor de Deus, livrem-nos dessa tormenta.
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 4/3/2016.
Resistir ao golpe para construir um Brasil mais justo e soberano: essa é a tarefa para a qual a História nos convoca nesse momento.
Alexandre Rocha Padilha – Secretário Municipal de Saúde de São Paulo
Alipio Freire – Militante político
Altamiro Borges – Jornalista
Andrei Koerne – Professor de Direito do Largo São Francisco – USP
André Vitor Singer
Anivaldo Padilha – Presidente do Fórum 21
Bernardo Kucinski – Professor aposentado de comunicação da USP e Escritor
Breno Altman – Jornalista
Carlos Eduardo Fernandez Da Silveira
Claudineu De Melo – Advogado
Clemente Ganz Lucio – Diretor do DIEESE
Eduardo Fagnani – Professor de Economia da UNICAMP
Erminia Maricato – Professora de Arquitetura da USP
Fabio José Bechara Sanchez – Professor de Sociologia da UFSCAR
Fernando Morais – Escritor
Francisco César Pinto Fonseca – Professor de Ciência Política da FGV
Georgia Haddad Nicolau – Jornalista
Gerson Sobrinho Salvador De Oliveira – Médico
Gilberto Bercovici – Professor de Direito do Largo São Francisco – USP
Gonzalo Berron – Economista
Guilherme Santos Mello – Professor de Economia da UNICAMP
Igor Fuser – Jornalista e Professor de Relações Internacionais da UFABC
Jean François Germain Tible – Professor de Ciência Política da USP
Joaquim Calheiros Soriano – Diretor da Fundação Perseu Abramo
Joaquim Ernesto Palhares – Secretário Político do Fórum 21
Jorge Luiz Souto Maior – Professor de Direito do Largo São Francisco
José Luiz Del Roio – Militante Político
José Reinaldo Carvalho – Jornalista
José Ricardo Maciel Kobayaski – Professor
Kenarik Boujikian – Desembargadora do TJSP
Ladislau Dowbor – Professor de Economia da PUC-SP
Laura Capriglione – Jornalista
Laurindo Leal Filho – Professor de Comunicação da ECA-USP
Leda Paulani – Professora de Economia da USP
Lucas Baptista De Oliveira – Mestrando da UNICAMP
Lucius Provase – Professor de teoria literária
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo – Professor de Economia da UNICAMP e FACAMP
Magda Barros Biavaschi – Desembargadora aposentada do RS
Marcelo Brandão Ceccarelli – Mestrando da UNICAMP
Marcio Pochmann – Presidente da Fundação Perseu Abramo e membro do Fórum 21
Maria Alice Vieira – Membro do Fórum 21
Maria Inês Nassif – Jornalista e Membro do Fórum 21
Maria Luiza Flores da Cunha Bierrenbach
Maria Rita Garcia Loureiro Durand – Professora de Ciência Política da FGV
Milton Fernandes Jorge – militante
Paulo Roberto Salvador – Jornalista
Pedro Paulo Zahluth Bastos – Professor de Economia da UNICAMP
Pedro Rossi – Professor de Economia da UNICAMP
Reginaldo Mattar Nasser – Professor de História da PUC-SP
Reginaldo Moraes – Professor de Ciência Política da UNICAMP
Ricardo Guterman – Servidor da Assembleia Legislativa de SP
Ricardo Musse – Professor de Sociologia da USP
Rodrigo de Luiz Brito Vianna – Jornalista
Rosa Maria Marques – Professora de Economia da PUC
Rubem Murilo Leão Rêgo – Professor de Ciência Política da UNICAMP
Silvio Angrisani Caccia Bava – Jornalista
Socorro Gomes – Presidenta do Conselho Mundial da Paz
Tais Ramos – Advogada e professora de Ciência Política
Vera Soares – Professora
Vicente Carlos Y Pia Trevas – Sociólogo
Wagner Nabuco de Araujo – Jornalista
Walfrido Jorge Warde Jr – Advogado
Walquiria Gertrudes Domingues de Leão Rego – Professora de Ciência Política da UNICAMP
Walter P. Andrade – Avogado
Nosso medo ´que as velhinhas do Tatuapé passem a fazer vigílias e passeatas endeusamento do Juiz Moro. Moral da história, sem trocadilhos, que a mentalidade fascista tome conta das ruas.
Vale destacar a posição do outro Juiz, talvez mais sábio, talvez mais coerente:
“ministro do stf diz que decisão de Moro foi ato de força que atropela regras”
Advertiu:
“O chicote muda de mãos.
Ao Miltinho:
Estamos agora em julho de 2016. Está claro que os acontecimentos em maio foram uma imensa vergonha para o País NO EXTERIOR e confirmação de sua tradição autoritária.
Mas a minha conclusão é a de que não houve golpe. Pois golpe pressupõe rutura legal e institucional, as quais não ocorreram com força total, embora o Moro tenha violado normas sobre obtenção de provas.
Os Golpes e tentativas (em 1889, 1935, 1937, 1945, 1954, 1955, 1961, 1964) foram, em geral, vergonhas nacionais. Mas o que tivemos agora é uma jogada de enorme esperteza política, embora o pessoal do “50anosdetextos” encare esta malandragem como “recomeço” para o País. Não é recomeço, nem golpe. Simplesmente é uma situação onde um partido usurpa o mandato do outro, e onde escolhem um ou outro partido para ser punido. Insistem, por exemplo, em ligar o mensalão ao PT. Uma vergonha que deveria ser NACIONAL passa a ser uma vergonha DO PT.
Esperteza deles.