Com a participação confirmada de quase 400 cidades de diferentes portes, o Brasil volta às ruas neste domingo com o bordão Fora Dilma, expressão maior para tudo aquilo que se abomina no petismo, a começar pela institucionalização da corrupção.
Mais do que a absoluta inabilidade da presidente para gerir o apetite da base aliada e do amigo da onça PMDB, a combinação do caos na economia – inflação e desemprego em alta – com a roubalheira generalizada derrotou o que o PT considerava impossível: o apoio popular, incluindo aí os mais pobres, para quem o partido dizia governar.
As manifestações que os petistas adorariam poder limitar aos “coxinhas”, aos que não suportam ter de dividir viagens de avião com pobres, e a golpistas, ganharam apoio farto entre todas as faixas sociais e em lugares impensáveis.
A pequena cidade maranhense Satubinha, com pouco mais de 13 mil habitantes, que em outubro deu 81,9% de seus votos a Dilma, vai às ruas. São Raimundo Nonato, situada a 576 quilômetros de Teresina, que no último dia 15 de março abarrotou a praça em frente à Prefeitura, promete voltar hoje contra a mesma Dilma que arrebatou 77.6% dos votos de seus 32 mil habitantes. São apenas alguns exemplos.
A partir dos critérios absurdos da Secretaria de Assuntos Estratégicos, que define como classe C renda entre R$ 291 e R$ 1.019, Dilma propagou aos quatro ventos que fez o maior salto social do planeta, elevando mais de 40 milhões de brasileiros à classe média. Viu tudo ruir em segundos.
Bastou o aumento nas contas de luz para quebrar o encanto. E esse foi apenas o primeiro dos ajustes necessários para corrigir a quantidade de besteiras feitas no primeiro mandato. Outros virão. Talvez ainda mais graves e mais caros.
O curto-circuito se completa com as roubalheiras descobertas, uma atrás de outra, que, além da Petrobras, chega às obras de energia e de transporte, na sagrada Caixa Econômica.
Corrupção, como disse Dilma, é mesmo uma velha senhora. Só que esta senhora hoje tem RG, CPF, passaporte. E dá as cartas no sistema que o PT montou para financiar o seu projeto de poder.
Com índices de desaprovação nos píncaros – 64%, de acordo com o Ibope – e míseros 12% de avaliação positiva, ao governo petista resta apenas uma torcida: que os números das manifestações de hoje fiquem aquém dos de 15 de março. Tendo a desfaçatez como marca registrada, um milhão e meio será cantado como vitória. Menos de um milhão, então, o Planalto fará festa.
Nesta altura, o alvo não é Dilma, mas Lula, que a criou, o PT e tudo aquilo que ele passou a simbolizar: um governo que enganou, fez pouco, mentiu a quem nele apostou. O partido que privatizou o Estado para si, que se elegeu para combater todos os males e se tornou o senhor absoluto de todos os males. Que fez e faz o que condenava com veemência. Que enriqueceu em nome dos pobres.
O Fora Dilma é o Fora Tudo Isso.
Este artigo foi publicado originalmente no Blog do Noblat, em 12/4/2015.
…domingo 12/4, horas depois, os milicianos do PIG voltem a criar condiçòes para o golpe. Fazem na Av. Paulista ‘selfie’ com a PM.