É conhecido o que acontece quando enfileiramos as peças de um jogo de dominó e depois damos um piparote na primeira.
Essa queda em série é o mesmo que acontecerá com os outros estados da Federação se São Paulo não resolver o problema da crise hídrica que atravessa.
O Rio ainda não está na mesma situação de SP, mas quando ouvimos relatos de moradores da Serra Fluminense de que a água em suas torneiras está um fio e que os lindos rios e riachos da região minguaram, dá um arrepio na alma!
Já li todo tipo de comentário no Blog do Noblat. Mas nunca li nada tão estarrecedor – homenagem à dona Dilma, que anda muito estarrecida ultimamente – como as palavras de um leitor sobre a reunião do governador Alckmin com a presidente da República a respeito de obras para começar a resolver o problema da falta d’ água em seu Estado.
O leitor, naturalmente sem pensar muito, comentou que Geraldo Alckmin foi mendigar junto à dona Dilma!
Seria cômico se não fosse trágico ver um cidadão brasileiro não perceber que é do maior interesse do Brasil colaborar com São Paulo.
Alckmin foi apresentar à dona Dilma planos para obras de infra-estrutura destinadas a resolver o problema da seca em SP, orçadas em R$ 3,5 bilhões.
Um pleito justo: a defesa permanente contra secas e inundações, bem como a gestão dos recursos hídricos, se inclui na competência da União (art. 21, incisos XVIII e XIX da Constituição, respectivamente). Assim, dona Dilma talvez seja a mais interessada em não ver São Paulo parar e isso está longe de ser mendigar!
Dirão que exagero ao lembrar Vidas Secas, o belo livro de Graciliano Ramos (1938) do qual Nelson Pereira dos Santos fez um filme (1963) que é impossível ver sem sofrer pelo Brasil. É só olhar, por exemplo, Rio São Francisco (1634) de Franz Post e ver que meu medo não é exagerado.
Hoje, vendo fotos do solo ‘craquelado’ em SP, igual ao chão pisado pelos personagens de Graciliano, penso: será que não seria o caso de nos concentrarmos em nunca mais deixar um solo esturricado em nosso país?
Israel conseguiu tirar água de pedra. Dessalinizou a água do mar e fez daquele canto da Terra um jardim.
Que tal usarmos nosso vasto litoral para salvar o Brasil? É um processo caro? É. Mas somos riquíssimos.
Somando multas altíssimas para quem desmatar; as quantias que vão parar em bolsos trêfegos; e o custeio dos luxos e exageros de uma máquina pública que chega a ser ridícula de tão gigantesca, é capaz de R$6.1 bi ser apenas troco.
É só lembrar: sem água não há saúde, não há vida.
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 14/11/2014.
Sem água não há saúde, não há vida.
Sem São Paulo, não há Brasil.
A Marta mandou às favas o ministério,retornou ao senado, por São Paulo.
Salvar o Tietê é uma missão. Israel usa água do mar. SP tem água do Tietê poluído no coração da cidade. A presidenta e o governador juntos à população podem transpor a ignorância e o ódio e salvar o rio e slavar a cidade.
O Nelson Pereira dos Santos fez, em 1963, um filme baseado em Graciliano Ramos que comoveu a autora.
O Cinema Novo, detonado pela ditadura, trouxe belas críticas sociais no início dos Anos 60.
Mas, hoje em dia, assistir tais filmes irrita as velhinhas do Tatuapé e a turma do PIG, que vão me expulsar de cada restaurante no qual estiver (“aqui comunista não entra”).