Ética. A palavrinha de cinco letras e um acento perdeu a vez no regimento interno do Senado. Foi despejada durante a elaboração do novo texto do regulamento. Muita gente protestou, mas a verdade é que ali não havia lugar para ela.
Ética está ligada à moral, e essas coisas, num recinto como aquele, são inconsistentes e dispensáveis. Não têm sentido prático.
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Honestidade – O palavrão, como é considerado em certas rodas, é acolhido entre a população do País. A Reader’s Digest (está na Mônica Bérgamo) deixou em diversos pontos, de dezesseis cidades do mundo, uma carteira com o equivalente a cem reais, fotos de família, e cartão para contato.
Em São Paulo, capital, nove carteiras foram devolvidas, o que nos colocou em segundo lugar nesse ranking mundial de honestidade, à frente de Alemanha, Inglaterra e Suíça. Perdemos apenas para Helsinque, na Finlândia.
Acho que demos azar, quanto àquela carteira não devolvida. Vai ver, foi deixada em algum gabinete em que ética não é importante.
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Bolsa – Eram bons os tempos em que a palavra saía da boca dos assaltantes: “Passa a bolsa ou morre!”. Era crime, mas o bandido, se apanhado, ia para a cadeia. Hoje, nos deparamos com outra realidade: “Passa o Bolsa Família!”. O Estadão diz que 10 prefeitos, 41 vices e 2.221 vereadores estavam tirando da boca de pessoas carentes o alimento que poderia ser comprado com o dinheiro que eles embolsaram.
Perderam o “benefício”? Sim. Vão devolver o que pegaram, como manda lei específica para os que recebem indevidamente? Serão punidos? Para estas duas questões, façam suas apostas.
Outubro de 2013