O nome de Thor, filho de Eike Batista, envolvido no acidente com o ciclista na Baixada Fluminense, remete automaticamente ao personagem principal da mitologia nórdica. Lá, o deus Thor é uma espécie de Zeus, cuja contrapartida ao Olimpo é Asgard.
À semelhança do grego poderoso, Thor também lança raios, com a diferença de que o faz com seu martelo mágico em vez das mãos. E, ao contrário do Thor Batista, que conduzia uma Mercedes-Bens SLR MacLaren F-1, o ruivo escandinavo tem como veículo uma carruagem puxada por dois bodes.
Parece pouco, se for levado em conta que o automóvel SLR pode chegar a 400 km/h. Mas, para contrabalançar, essa máquina tão veloz não produz trovões com os pneus, como faz a carruagem divina ao se movimentar no céu.
Por fim, Thor é filho do deus supremo Odin e da deusa Jord.
Naturalmente, Eike e Luma de Oliveira, que geraram Thor Batista, não adquiriram tal status. Mas o fato de Eike se colocar com o sétimo homem mais rico do mundo, segundo a revista norte-americana Forbes, já é alguma coisa.
E já que estamos falando de mitologia nórdica, é possível imaginar que as Valquírias, espécie de anjos loiros do imaginário escandinavo, já tenham recolhido a alma do ajudante de caminhão Wanderson Pereira dos Santos, vítima do acidente, como faziam com os guerreiros mortos.
Esta crônica foi originalmente publicada no Diário do Comércio, em 23/3/2012.