Um novo sotaque no 50 Anos

O 50 Anos de Textos está ganhando um novo colaborador – e, com ele, um novo sotaque. Aqui já havia o sotaque mineiro de seis dos autores (embora só um dos seis viva hoje nas Minas Gerais, os outros cinco tendo saído, confirmando a velha tese de que Minas exporta mineiros e minérios), o paulista de cinco, o paraense de um e até um leve remanescente da Itália da origem de um.

Pois agora o site ganha um sotaque lusitano, lisboeta, com uma pitadinha do português de Angola.

Manuel S. Fonseca tem um texto assombrosamente saboroso, coisa de ourives cuidadoso, criterioso. Escreve sobre cinema, sobre o universo do cinema – relacionando-o, aqui e ali, com a realidade do país dele, a pátria que inventou esta nossa última flor do Lácio, inculta e bela..

Quando, gentilissimamente, aceitou meu pedido de republicar aqui os textos que escreve para o semanário Expresso, avisou: “Não posso deixar de sublinhar que as minhas crónicas, muitas vezes coladas a incidentes e particularismos locais, podem parecer alienígenas ou herméticas aos seus leitores. Quando entender, por essa razão, não as publicar, é mais do que um direito que lhe assiste.”

Respondi que, ao contrário, acho interessantíssimo introduzir no site uma visão, uma pespectiva diferente da nossa. Que isso é enriquecedor, e é um absurdo como os brasileiros conhecemos pouco Portugal – e possivelmente vice-versa.

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Aceitou também fazer uma apresentação dele mesmo, para a página Autores. Sempre acho melhor que cada um se apresente:

Manuel S. Fonseca fez Filosofia na Universidade Clássica de Lisboa. Foi programador da Cinemateca Portuguesa durante 10 anos, tendo, entre outros, publicado livros sobre Francis Coppola e Michelangelo Antonioni. Hoje é editor livreiro. Escreve nos jornais e na rádio sobre filmes e livros desde 1981. É actualmente colunista do Expresso. Viveu a infância, juventude e o saboroso começo da idade adulta em Luanda, o que deixou marcas irreversíveis. Admira a esplêndida luz de Lisboa, a sua cidade.

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O 50 Anos de Textos ganhou os artigos de Manuel S. Fonseca graças a Luciana Nepomuceno. Luciana, amiga recente que já parece amiga de infância, professora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró, na área de Psicologia e Metodologia Científica, é a autora não de um ou dois blogs, mas quatro: Borboleta nos Olhos, Olhos da Borboleta, Eu Sou a Graúna, Outras Borboletas. Nas horas vagas, que de alguma forma encontra, colabora com um quinto blog, Estrangeiros na Terra.

Assim como se tornou em pouco tempo minha amiga de infância, travou também amizade com Manuel. Tempo passado, falou dele para mim, me mandou textos dele. Fiquei encantado, ousei perguntar se ela o sondaria sobre a possibilidade de republicá-los aqui, Luciana fez a ponte em dois palitos – e aí está.

Pedi a Luciana um texto sobre Manuel. E aí está.

Não sei palavras para agradecer a ela e a ele.

Novembro de 2011.

Para quem eventualmente tiver ficado curioso com as referências à origem dos autores dos textos do site:

Somos mineiros Fernando Brant (vive em Belo Horizonte), Jorge Teles (vive no Paraná), Mary Zaidan, Melchíades Cunha Júnior, Vivina de Assis Viana e eu (vivemos em São Paulo). São paulistas A.C. Malufe, Anélio Barreto, Hubert Alquéres, Laïs de Castro e Valdir Sanches. Antonio Contente nasceu no Pará, e Sandro Vaia, na Itália.

 

3 Comentários para “Um novo sotaque no 50 Anos”

  1. Acho que é uma excelente contribuição esse novo sotaque.
    Parabém caro Sérgio.

  2. Muito obrigado, caríssimo José Luís.
    Como você já bem sabe, sou um admirador do país de vocês – e do sotaque de vocês, o falado e o escrito. (Vocês diriam o vosso, não?)
    De fato, os textos do Manuel são uma maravilhosa contribuição ao meu site de textos.
    Assim como os seus comentários são uma maravilhosa contribuição ao 50 Anos de Filmes.
    Um abraço, e obrigado!
    Sérgio

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