Gostei muito da fala da ministra Carmen Lúcia, no meio da semana que passou. Condenou quem tinha de ser condenado, mas deu um claro recado para todos os brasileiros.
A política é essencial e é dela que vêm a paz e a civilização. A falta de política traz a guerra e a barbárie. Falou a mulher, a brasileira e a presidente do Superior Tribunal Eleitoral. O que se está julgando no STF é a política sem escrúpulos, que tira de todos para beneficiar alguns. A sujeira dos maus costumes, que tornam privado o que é público.
Começa a ser desmontada no julgamento do mensalão uma estrutura partidária e eleitoral podre que, pela omissão dos cidadãos e pela esperteza dos líderes, corrompe o país desde muito tempo. Vocês já repararam que o discurso primeiro de todos os que chegam ao poder no Brasil é revelar que pretendem permanecer onde estão por no mínimo vinte anos? Foi assim com Collor, com Fernando Henrique e com Lula.
Nesse sentido o Nonô de Diamantina deu um baile: cumpriu seu mandato, passou a faixa presidencial para o sucessor da oposição e anunciou sua candidatura para cinco anos mais tarde. Mas as botas e os canhões militares, aliados a golpistas civis, resolveram mudar o rumo de nossa História para instalar uma ditadura que, será por acaso?, durou os tais vinte anos.
Acredito na necessidade de exercer o papel de eleitor não apenas como obrigação e sim como direito fundamental e, no nosso caso, conquistado. Mas me assusto com o baixo nível das campanhas e dos candidatos. Fala-se muito e mente-se mais ainda. Não há projetos na maioria dos discursos, somente agressão aos adversários. Deveriam estar em rinhas de galos e não nas telas e nos palanques, enchendo a nossa paciência em horário obrigatório. O mineiro Jesus Rocha faz galhofa dizendo que os candidatos deveriam falar o que pensam, pois neles isso é tão pouco!
Esse clima, ao me que me informam, pois não sou de frequentar os territórios do ódio, se espalha pelos seguidores dos partidos, principalmente na internet.
Fico sabendo de alguns absurdos que se escreve no mundo virtual, mas procuro não me certificar do que acontece. Não quero perder meu tempo com ignorâncias e maus textos, sandices e falta de inteligência. Mas fico triste em saber que a democracia é uma idéia que não habita a cabeça de muita gente.
A política brasileira precisa ser assumida pelas pessoas de bem. Não pode ser uma atividade reservada aos sem caráter e interesseiros, aos que não possuem atributos para enxergar o país e o mundo, seus problemas e as possibilidades de solução.
O que está ocorrendo no julgamento no Supremo é um alerta para os oportunistas e uma esperança para quem pretende viver em um Brasil mais justo, com regras iguais para todos. Guardião da Constituição, logo da liberdade e da democracia, o STF é a casa que garante que não seremos esmagados pela prepotência e pelo autoritarismo de qualquer governo.
Esta crônica foi publicada no Estado de Minas, em outubro de 2012.
Editor publicar Fernando Brant é nos dar oportunidade de mantermos contato com idéias lúcidas, boas de caráter e cheias de esperança. Fernando não baba ôvo e não destila ódio gratuito.
E isso aí Fernando: “A política brasileira precisa ser assumida pelas pessoas de bem. Não pode ser uma atividade reservada aos sem caráter e interesseiros, aos que não possuem atributos para enxergar o país e o mundo, seus problemas e as possibilidades de solução”
SER DA POLÍTICA PARTIDÁRIA NO BRASIL É COMO UM SER METASTÁTICO DO QUE NÃO PRESTA NA VIDA.É COMO BARATA DE COZINHA,NUNCA ACABA,É SER PODRE DE TUDO.