Por que será que estão tão quietinhos os nobres deputados de PL, PP, União Brasil, Republicanos e outros partidos menores desse mesmo espectro político, ante o escândalo protagonizado pelo Banco Master, que de master só tinha a fachada na Faria Lima, e o estatal Banco Regional de Brasília, o BRB, bem menor que o tal Master, mas que assim mesmo estava prestes a comprá-lo com títulos podres?
Outro dia estavam se divertindo à larga com a aprovação da PEC da Blindagem na Câmara Federal — depois enterrada no Senado sem nem ir a discussão, porque indecente, incabível e inconstitucional.
Outro dia, também, estavam comemorando a aprovação, na mesma Câmara Federal, de um texto que deturpa de cabo a rabo a Lei Antifacções proposta pelo Executivo — a ponto de transformar o projeto num salvo conduto para o crime organizado e na asfixia financeira da Polícia Federal no combate à criminalidade.
Também estavam se divertindo à larga quando derrotaram o governo ao aprovarem a implantação da CPMI do INSS, para jogar o furto bilionário aos pensionistas e aposentados nas costas do governo Lula — e hoje se arrependem amargamente porque os furtos são dos governos
Temer/Bolsonaro, descobertos e desbaratados no governo Lula. E com a devolução dos valores às vítimas.
Tampouco vi, ouvi ou li os presidentes da Câmara e do Senado se incomodarem com o escândalo Master&BRB. Só vi o Alcolumbre dar chilique porque Lula indicou o Jorge Messias da AGU para o STF e não o Rodrigo Pacheco, preferido do presidente do Senado, que agora está de mal com Lula e o líder do governo na Casa, Jacques Wagner, por causa da desfeita.
Não é briguinha de criança. Por baixo do pano tem uma bronca feia contra a Polícia Federal, que o governo conseguiu manter quase intacta no projeto aprovado na Câmara e agora espera que o Senado complete o serviço, deixando a PF longe das unhas da direita e da extrema direita.
Como se sabe, esse pessoal só dá chiliques quando a PF chega perto deles. No caso, a PF encostou em Jocildo Lemos, que pôs R$ 100 milhões dos aposentados e pensionistas do Amapá no Master. Lemos é presidente da Amprev, fundo de pensões dos funcionários públicos do Amapá, e descarregou a dinheirama em letras financeiras sem lastro emitidas pelo Master. Esses papéis não têm garantia nenhuma de ninguém, muito menos do Fundo Garantidor de Crédito, que vai ressarcir até R$ 250 mil por CPF tungado pelo Master. Os aposentados e pensionistas do Amapá vão ficar de fora. Bom, né?
Ah, sim, ia me esquecendo de acrescentar que Lemos é presidente da Amprev por obra e graça de… Davi Alcolumbre.
Nelson Merlin é jornalista aposentado que, quando na ativa, aprendeu a ver caroço no angu sem precisar ir na cozinha.
21/11/2025
