Está criado o Primeiro Comando da Câmara federal. O novo PCCf é um puxadinho da organização criminosa que surgiu em São Paulo na primeira década do século. Se a PEC da Blindagem, isto é, da Impunidade, isto é, da Bandidagem, for aprovada também no Senado, aí o puxadinho avança para Primeiro Comando do Congresso.
Terão chegado, enfim, à perfeição. A polícia pode tudo, se quiser, contra o PCC de Marcola, mas não pode nada, mesmo que queira, contra o PCC maior, o do Comando Parlamentar, extensivo às Assembléias Legislativas e às Câmaras de Vereadores país afora.
Devemos a façanha ao Centrão, que também tem um C na sigla extraoficial que reúne deputados de partidos da direita, os quatro principais à frente: PL, PP, Republicanos e PSD.
Curioso é que os quatro jogam na lixeira a principal palavra ou conceito escolhido para ser a bandeira de suas siglas. O PL não tem nada de liberal, o PP nunca teve nada de progressista, o Republicano não se importa com isso e o PSD muito menos com a democracia, dados seus apoios incondicionais ao golpista presidente no quadriênio 2019-2022, finalmente condenado.
Todos renegam o próprio nome, agora unidos na sigla PCC. Podem formar uma federação partidária, conforme a lei. E não são somente os quatro que apontei, pois que há outros, de menor tamanho. A organização está aberta a novas filiações.
A catástrofe que se avizinha pode ser barrada no Senado, e tudo indica que será, pois até Damares Alves está escandalizada. Senadores influentes, inclusive o que preside a CCJ da Casa, já se posicionam frontalmente contra a desfaçatez. Mas o conteúdo criminoso urdido na Câmara Federal por 353 devassos — nem todos da direita, pois alguns da esquerda também votaram pela aprovação — está exposto.
Roga-se aos eleitores que em 2026 remetam todos ao esgoto de que vieram.
Nelson Merlin é jornalista aposentado e estupefacto com a sem-vergonhice e a cara de pau que se instalou no Congresso Nacional com a ascensão da extrema direita golpista ao poder.
18/9/2025
