O Rato que Ruge é uma comédia inglesa de 1959 que tem um roteiro sensacional e interpretações brilhantes. Peter Sellers, o grande ator inglês, interpreta quatro personagens e merece ser aplaudido de pé!
Eis um resumo do filme. Um pequeno país nos Alpes europeus, Fenwick, entra em bancarrota quando os Estados Unidos resolvem produzir o mesmo tipo de vinho Pinot, o que acaba com o mercado de Fenwick. Revoltadas, as autoridades e os habitantes de Fenwick declaram guerra aos Estados Unidos, o que causa ondas de gargalhadas no país americano.
Armado com arcos e echas, o exército de Fenwick é enviado para a invasão do território americano. A primeira parte da viagem é feita num ônibus, depois pegam um navio a vapor e finalmente chegam a New York.
Quis o destino que naquele dia a grande cidade americana estivesse em completo lockdown, pois é o dia de um treino contra uma nova bomba superpoderosa e os nova-iorquinos devem ficar enfurnados em imensos abrigos subterrâneos.
Claro que o exército de Fenwck acha que sua presença assustou os americanos que fugiram do combate com o exército invasor. Achando-se vencedores, as autoridades de Fenwick usam muita saliva para exigir dos States US$ 1 milhão, a retomada total de seu mercado de vinho e um completo armistício.
Mas por que estou me lembrando hoje desse filme de 1959? Simples: quando ouvi Bolsonaro dizer que depois da diplomacia (a saliva) só mesmo entrando com a pólvora (a guerra) poderíamos acertar o passo com os USA, me veio à mente, de imediato, a guerra de Fenwick com os States. Tudo isso porque o capitão não queria aceitar a vitória de Biden e a derrota de seu amigão, Trump.
Ver nosso Brasil meio que declarar guerra aos Estados Unidos me trouxe à mente, imediatamente, O Rato Que Ruge’
São muitos os eventos cômicos e as confusões geradas por esses dois exércitos: o da saliva e o da pólvora.
Descrevê-las não tem graça. Graça tem assistir a esse filme extraordinário.
Procurem o filme para alugar. Garanto que não vão se arrepender.
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, na Veja, em 15/11/2020.