Pela fala de Bolsonaro, o próximo candidato à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal terá que ter um novo atributo. Acima dessas obviedades de currículo, passado ilibado, qualidades pessoais, estará a religião que professa. A nota de corte, por assim dizer, é se o elemento é ou não evangélico. Se não for, estará fora.
Já que a religião passa a ter tal peso na mais alta Corte de um estado laico, tem-se que fazer… justiça. Entre o próximo ano e o seguinte, dois ministros se aposentam. Celso de Mello, primeiro; depois, Marco Aurélio Mello. Se Bolsonaro emplacar a novidade, Celso será substituído pelo candidato evangélico. (Perguntado pelo Estadão, não revelou sua religião).
Fazer justiça… Pelo novo critério, para a vaga do católico Marco Aurélio deveria se escolher um nome vindo de religião professada no País. Por que só católica e evangélica? Ora, venham os praticantes da umbanda, do candomblé, um kardecista, um budista, um mórmon.
Mórmon? Sim, o Brasil só perde para Estados Unidos e México em número de fiéis. A ministra Damares gostaria deles. Proíbem de café a sexo antes do casamento, diz O Globo.
Pode ficar esquisito, nas seções do Supremo, um integrante usando a capa preta sobre, por exemplo, a veste branca da umbanda. Mas que seria justo, seria.
Junho de 2019