Sessenta anos de bossa-nova! Invejo os amigos pelas boas lembranças que devem ter daquela época. Pena que eu era muito jovenzito, não vivi aquele tempo.
Como? Fake news?
OK, confesso que vivi. E já que é assim, admito que eu e meus colegas, auto-apelidados o Five, porque éramos cinco, fomos ao Parque Ibirapuera recém-inaugurado de terno e gravata. Five calhava bem, porque, no nosso pick-up, só tinham lugar discos de 78 rpm que tocavam e falavam inglês.
Deus nos livrasse dos cantores vozeirão apreciados por nossos pais, Orlando Silva, Francisco Alves… O nosso vozeirão era no máximo Billie Eckstine. Mas lá estavam Sinatra, Sarah, Ella, entre tantos; e as grandes orquestras, Glenn Miller (ah, “Moonlight Serenade”), Benny Godmann. Depois, Ray Conniff.
Mudou tudo quando The Pelvis entrou em cena. Elvis e o rock and roll nos pegaram em cheio. Bill Haley e seus Cometas vieram a São Paulo e o Five bateu cartão no Teatro Paramount. Wonderful! Digo, maravilhoso!
Então… Apareceu um baiano com um toque maneiro no violão. Arrumou uma boa turma. A partir daí, para pronunciar o nome do meu artista predileto, não falo inglês, falo Brasileiro.
Agosto de 2018