Leio no Painel da Folha de S. Paulo de 13/06/2013:
“Receita: Aconselhada a tomar uma “injeção de Lula”, a presidente cancelou a viagem que faria ao Rio hoje para se encontrar com o ex-presidente em evento do PT no Paraná. Dilma remarcou para amanhã a ida à capital fluminense, onde vai anunciar investimentos na Rocinha”.
Imediatamente lembrei-me de um luminoso que encantava quando eu era bem jovem: quatro rostos femininos, um de cada vez, iam formando com os lábios as sílabas Lu-Go-Li-Na. As lâmpadas acendiam e apagavam e a propaganda servia ao seu propósito: prendia a atenção.
Fui pesquisar no site da Anvisa se era um medicamento injetável. Não era. Mas a semelhança com os nomes e o anúncio completo, com um Diga Conosco que me escapara, justificam plenamente porque em minha memória acendeu o Lugolina ao ler que dona Dilma foi aconselhada a tomar uma “injeção de Lula”.
Na nota do Painel não diz quem a aconselhou mas como na nota anterior falam de uma reunião dela com João Santana e ministros, “para avaliar as recentes pesquisas de popularidade”, deduzo que a receita tenha vindo desses senhores.
Com os quais concordo. Cara feia é fome e como a presidente não passa fome, creio que posso deduzir que anda mal humorada. O que é natural. Ela não caiu nas pesquisas por motivos outros que não fossem a inflação e o aumento do dólar, que assusta e incomoda a todos os brasileiros, dos bolsistas aos que têm a bolsa estourando de tão cheia.
Dona Dilma tem um vezo ao falar que em dilmês fica até mais forte: “o meu governo”, “no meu governo”. O “meu” dela é altamente revelador. Parece um amigo, bem casado, mas que é incapaz de dizer “a nossa casa”, “os nossos filhos”, “o nosso jardim”. Tudo para ele é “meu”. Ele também é petista. Vai ver no treinamento petista ensinam a nunca usar o possessivo no plural…
Enfim, seja meu ou nosso governo, o país é definitivamente nosso e a preocupação com o que está ocorrendo aflige a todos nós, com exceção dos alienados e aloprados, que para esses o mundo é sempre cor de rosa.
As cenas de violência em São Paulo e no Rio, os assaltos e crimes cada vez mais numerosos, a calma com que a polícia se refere ao roubo “saidinha do banco”, os preços subindo e o ministro da Fazenda querendo nos fazer crer que não estão subindo, as pessoas cada vez mais descrentes… isso lembra tanto o passado quanto o anúncio do Lugolina.
As soluções para cativar o eleitorado, francamente, são daquelas que se não aleijam, matam. O financiamento Minha Casa Melhor, alguém já parou para pensar no que as indústrias farão com os preços máximos determinados pelo governo?
O que desabará primeiro, o sofá de R$375,00 ou o guarda-roupa de R$380,00, após a primeira infiltração? Ou a casa?
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat, em 14/6/2013.
TJ suspende pagamento bilionário da Petrobras até decisão final da Justiça.
Da Agência Brasil
Brasília – O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves suspendeu no início da noite desta sexta-feira (14) a decisão que obrigava a Petrobras a pagar R$ 7,39 bilhões à Receita Federal. Ele reavaliou sua decisão de quinta-feira (13), que era contrária à petroleira, pois entendeu que há fatos novos no processo que precisam ser considerados.
Por causa dessa dívida, a Petrobras ficaria impossibilitada de fazer negócios no exterior, incluindo importação e exportação de combustíveis
“Os riscos derivados da imediata exigibilidade do crédito em questão ultrapassam os limites da própria lide [disputa judicial], na medida em que podem atingir o próprio abastecimento nacional de combustíveis, que é de utilidade pública”, destacou o ministro.
As ações da Petrobras fecharam em forte queda nesta sexta por causa da decisão, que impede a empr4esa de importar e exportar petróleo. A ação preferencial (PETR4), que dá prioridade na distribuição de dividendos, caiu 3,94%, a R$ 18,06. A ação ordinária (PETR3), que dá direito a voto, recuou 4,73%, a R$ 16,53.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) havia decidido também nesta sexta manter a cobrança que prejudica a Petrobras. Em despacho, o vice-presidente do TRF2, desembargador federal Poul Dyrlund, voltou a negar recurso da petroleira que pretendia suspender a cobrança dos R$ 7,39 bilhões.
Mas a autoridade do STJ é superior . Segundo a decisão do STJ, “há suficientes razões jurídicas e econômicas” para a suspensão do pagamento até o posicionamento final da Justiça sobre a validade da cobrança.
O ministro afirma que já houve pronunciamentos favoráveis à Petrobras na Justiça Federal do Rio de Janeiro, com “forte indicativo” de que a sentença que determinou a cobrança poderá ser reformada.
A discussão judicial sobre a dívida tributária da Petrobras começou em 2003, quando a empresa foi autuada pela Receita por não ter recolhido Imposto de Renda sobre as remessas de valores ao exterior para pagar afretamentos de plataformas petrolíferas móveis entre 1999 e 2002.
Para a Petrobras, o imposto não é devido porque as plataformas devem ser consideradas como embarcações, cuja alíquota de imposto é zero.
De acordo com o ministro do STJ, a exigência imediata dos valores “ostenta uma potencialidade danosa às atividades normais da empresa”. Ele destaca que, embora a estatal tenha grande poder econômico, a quantia “é por demais elevada para pressupor eventual facilidade na pronta apresentação de garantias suficientes para fazer frente a esse débito”.
O ministro considera que o impasse fica “ainda mais dramático” pelo fato de a Petrobras desempenhar papel relevante na economia nacional. Atualmente, o não pagamento da dívida fez a petroleira ter cancelada sua Certidão Negativa de Débitos, o que pode prejudicar operações de importação e exportação, entre outras dificuldades comerciais.