Li que a Micheque não quer ser presidenta. O que ela quer é ser primeira-dama. Putz! Será que li certo? Abri bem os olhos e li de novo. Está lá com todas as letras. A mulher quer mesmo ser primeira-dama em 2027.
É a primeira vez que vejo uma ex-primeira-dama fazer declaração tão descarada de traição ao próprio marido — condenado, preso e sem futuro — e se insinuar para um homem casado, sabidamente sem vaga para ela no Palácio da Alvorada, líder com folga em todas as pesquisas de opinião para 2026, no primeiro e no segundo turno — se houver segundo turno…
Pouca vergonha! Micheque quer ser a sra Lula em 2027. Interesseira essa sra… Ele que se cuide.
Não sei o que Janja acha disso, mas é bom que não fale nada, porque a imprensa tarcínica e bolsonarista vai cair matando. Que negócio é esse de Micheque não poder ser a primeira dama em 27? Ela tem todo direito de ser o que quiser… Se quer largar o Bozó e sair de braço com Lula, não é uma Janja metida qualquer que vai impedir e blá-blá-blá…
Mas, voltando ao queijo com goiabada, o que ela quer mesmo é ser a candidata da direita em 2026. Não sou bananófilo, mas o tal Bananinha também quer e parece decidido a comer a goiabada. O tal Tarcínico faz que vai e fica, agora parece que não quer mais nem o queijo nem a goiabada. Prefere a reeleição para governador, que ele considera estar no papo. Será mesmo? Depois de botar o chapeuzinho vermelho no coco? E o tal Valdemar, presidente do PL, está balançando entre a Micheque e o Ratinho Jr., que o pai Ratão detonou ontem dizendo que o pimpolho não vai aguentar a pressão do cargo.
Em 2018, o Jair tinha pelo menos a idéia de “acabar com tudo aí” e fez disso uma plataforma política. De fato, acabou com os órgãos de proteção ao meio ambiente, acabou com a demarcação de terras indígenas, quase acabou com os próprios indígenas, acabou com a proteção das florestas e outros biomas, acabou com os controles sobre a dinheirama do INSS, acabou com os aumentos reais do salário mínimo, sabotou as vacinas e as medidas sanitárias de defesa da população contra a Covid, que matou 700 mil brasileiros e brasileiras, a mais alta taxa de mortalidade no planeta, não reabasteceu os hospitais de Manaus de oxigênio, levando famílias ao desespero para socorrer seus entes queridos, deu calote nos pagamentos dos precatórios judiciais, deu calote também no ICMS dos governadores para baixar o preço da gasolina no ano eleitoral de 2022 — enfim, fez misérias.
Micheque, ao contrário, não quer destruir nada, mas também não quer construir coisa alguma. Sua plataforma é orar para o Senhor, como se a Presidência da República fosse a governança do convento evangélico e Ele estivesse muito interessado em suas preces.
Não está, sra. O Senhor quer acabar com a miséria e a guerra, que ninguém aguenta mais. O Senhor quer acabar com a barbárie e fazer prosperar a civilização, que ficou no meio do caminho, cruel com a maioria de desvalidos e distribuidora de privilégios aos amigos do rei.
Seria Micheque a nossa Joana D’Arc? Se for, vou pedir ao Senhor que me mande para outro planeta, talvez outra galáxia, o mais longe daqui.
Nelson Merlin é jornalista aposentado e aficionado por galáxias vizinhas à nossa que parecem ter vida inteligente. A nossa, definitivamente, não tem.
30/9/2025