Estava este seu amigo, o Valdir Sanches, tomando um cafezinho e buscando o que escrever para nosso blog, quando a campainha de casa soou. Uai, reagi. Quem será, uma hora destas? Três da tarde!
Espiei pelo “olho mágico”. Vi um homem de uns 40 anos segurando uma pasta. Abro, não abro a porta? Abri. Antes que abrisse desta vez a boca, para perguntar o que queria, ele se apresentou. “Desculpe incomodá-lo, meu senhor. Sou do Serviço de Inteligência Artificial de Combate a Epidemias Domésticas.” Queria inspecionar a casa.
Pedi suas credenciais. Já com um pé dentro de casa, abriu a pasta e sacou não papéis, mas um revólver. Não anunciou o assalto, foi invadindo sem cerimônia. Mas se ferrou, porque o Bidu, meu cão, vira-lata mas decidido, não gosta de estranhos. Partiu para cima do invasor.
Fiquei apavorado. O sujeito deu um tiro que, por sorte, atingiu só a orelha do Bidu. Com isso pensei “é tudo ou nada”. Agarrei o cara pelo braço. Dei-lhe um joelhaço naquelas certas partes, que o jogou no chão uivando de dor. Tudo legal? Só que não…
O revólver escapara de sua mão, mas estava mais perto dele do que de mim. Esticou o braço para pegá-lo, mas tudo o que teve na mão foi a desforra do Bidu. Mordeu-a com força. Com isso, o invasor debandou pela porta da rua semiaberta e sumiu. Restou-me a seguinte situação. Ganhei um revólver e não sei o que fazer com ele.
E o pior. Não me vejo em condições de escrever minha colaboração para nosso blog. Portanto, por hoje, fico devendo. Desculpem-me, amigos e amigas.
Esta crônica foi originalmente publicada no blog Vivendo e Escrevendo, em 1º/10/2024.