Campanha

O ano eleitoral de 2026 começa com o presidente Lula ameaçando levantar a taça já no primeiro turno. 

Apesar de todos os esforços e futricas para puxar o tapete do presidente ao longo de todo este ano, o eleitorado da Farinha Lima amarga um resultado pífio: Lula só não leva no primeiro turno em três dos seis cenários desenhados pela pesquisa Genial/Quaest desta semana, e assim mesmo por pequeníssima margem em dois dos três. 

De todos os candidatos da direita, somente um — o filho 01 do ex-presidente ora enjaulado — impede Lula de vencer no primeiro turno. Uma façanha, deve-se reconhecer. 

Recém lançado por si mesmo, o 01 descreve-se como o único bom moço da família: equilibrado, autocentrado, aberto ao diálogo e cheio de boas intenções. O pai não tem nenhuma dessas virtudes que o primogênito proclama ter. Os irmãos tampouco. 

E parece que todos concordam com ele. Virou o queridinho da famiglia

Parte do eleitorado da direita está acreditando na anedota. Mas temo que o candidato acabe deixando esse eleitorado crente sem pai nem mãe. 

Na reta final ele deve se lembrar que seu mandato de senador está no fatídico oitavo ano e ao perder a corrida presidencial ficará sem mandato nenhum. E sem mandato nenhum ele será presa fácil do Judiciário, que como se sabe não tem encanto pelas boas intenções, mas pelos fatos. 

Sorte que nosso sistema eleitoral permite que deputados e senadores se reelejam quantas vezes quiserem ou puderem. Logo, na hora H, lá por agosto/setembro, o 01 deve virar a chave e correr de volta para a senatoria, que nessa altura deverá estar empilhando candidatos, restando-lhe uma vaga na deputança (Alerj ou Câmara federal), mais adequada ao seu perfil e onde sempre cabe mais um. 

E a presidência, como é que fica? Com Lula, ora. A candidatura do 01 anula a do Tarcínico, que vai tentar a reeleição em SP. Sem tempo de dar um cavalo de pau, vai continuar na dele. Os demais pretendentes da direita, para não ficarem sem mandato, também devem debandar para uma candidatura legislativa, se der tempo, nos seus respectivos estados. 

Ou ficarão chupando os dedos. 

Nelson Merlin é jornalista aposentado e analista  político nas horas vagas. 

19/12/2025

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