Pablo, em português Paulo, é um nome de origem latina e, segundo o dicionário, uma variação espanhola de Paulus, que significa pequeno ou humilde.
Dos Pablos que conhecemos, alguns merecem destaque pelo lugar que ocuparam ou que ocupam na história.
Pablo Neruda
Esse escritor e político chileno escolheu ser Pablo Neruda na vida em vez de ser Ricardo Eliézer Neftali Reyes Basoalto, seu verdadeiro nome. Sua trajetória como escritor ganhou mundo e, em 1971, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Isso aconteceu dois anos antes de sua morte, aos 69 anos, logo depois de ter sido internado num hospital para tratamento de câncer de próstata. (Há uma suspeita de que sua morte tenha sido por envenenamento ainda dentro do hospital, a mando de Augusto Pinochet. Uma nota do Ministério do Interior veio a público em 2015 com o reconhecimento de que era “explicitamente possível e altamente provável” que Neruda tivesse sido morto por “intervenção de terceiros”. Uma bactéria botulínica foi encontrada num dente molar do escritor.)
Aos 13 anos de idade, Neruda já era conhecido como poeta, mas sua obra, bastante diversificada, contém também autobiografia e manifestos políticos. Além da literatura, Neruda se destacou em cargos diplomáticos em vários países e foi senador pelo Partido Comunista do Chile.
Pablo Picasso!
Esse sim, nascido, criado e morto como Pablo, ficou famoso no mundo inteiro pelas obras eternizadas nas telas. Sua maior e mais famosa obra, “Guernica”, que retrata o bombardeio alemão à cidade espanhola que dá nome à pintura, ilustra uma parede inteira do Museu Nacional Rainha Sofia, em Madri, para o gáudio dos visitantes.
Picasso dominava seu grande e nominado pincel nas telas, mas não era só isso. Destacou-se também como escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo.
Esse andaluz de Málaga, quando nasceu em 1881, recebeu um nome do tamanho de sua obra: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remedios Cipriano de la Santíssima Trindade Ruiz Y Picasso (ufa!). Reza a lenda que ele teria nascido morto num parto complicado. Enquanto a parteira cuidava da mãe o médico presente, numa tentativa de trazer vida ao rebento, deu uma baforada de charuto na cara dele (por que raios um médico estaria fumando charuto na hora de um parto?), e assim Picassinho começou a chorar.
Essa baforada o fez viver até os 91 anos de idade, quando morreu de enfarte na França, onde praticamente passou toda sua vida. Na véspera recebeu amigos e disse a eles: “Bebam à minha saúde. Vocês sabem que não posso beber mais”. Em seguida se retirou e pintou até às 3 horas da manhã. Quando acordou sentiu dores no peito e se foi em poucos minutos.
Pabllo (com dois eles) Vittar
Nascido Phabullo Rodrigues da Silva, em São Luís do Maranhão, Pabllo Vittar ralou mas chegou lá. Num país onde se matam gays pelo simples fato de serem gays, ele conseguiu passar um trator sobre o preconceito e hoje, aos 30 anos de idade, é considerado um dos maiores artistas do mundo drag queen. Começou a ganhar atenção com a música “Open Bar”, em 2015. De lá pra cá alçou voo e foi parar no palco com Madonna em sua apresentação no Brasil. Já foi citado pela revista Forbes como a drag queen mais popular do mundo.
Pablo Marçal
Esse é o bolsonarista que está querendo se promover às custas da desgraça no Rio Grande do Sul, agitando as redes sociais com uma série de fake news, atrapalhando o socorro às vítimas.
Quem quiser saber mais sobre ele sugiro que procure pela sua ficha policial numa delegacia qualquer ou que entre no Google. porque não vou dar palco a esse grande (ia chamar de filhodaputa, mas nenhuma mãe merece ter um filho assim) mau caráter.
Notem que é o único da lista que se encaixa na origem do nome: Pequeno!
Entonces, aos Pablos que se tornaram grandes, desafiando o próprio nome, deixo aqui meus vivas e meus aplausos.
Já a esse ser rastejante que larga um rastro marrom por onde passa, deixo meus sinceros votos de que a vida lhe dê o troco. E que seja bem dado!
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 10/9/2024.